Associação de Gerontologia Social lança Universidade da Maturidade em Soure

A Associação Nacional de Gerontologia Social (ANGES) vai inaugurar a Universidade da Maturidade em Soure, no início de 2025, com a ambição de replicar o modelo de Tocantis, Brasil. Este projecto, que existe há 18 anos no Brasil, visa proporcionar actividades aos seniores, estimulando o seu envolvimento social e promovendo encontros intergeracionais.

Ricardo Pocinho, presidente da ANGES e natural de Soure, foi convidado pela Universidade da Maturidade brasileira para lançar a iniciativa em Portugal. O objectivo é expandir rapidamente o modelo para todo o país. A primeira turma contará com 100 participantes, apoiados por uma equipa de três técnicos, com início previsto para Janeiro.

O projecto visa transformar o tempo dos seniores em actividades úteis e intergeracionais. Os participantes terão a oportunidade de partilhar o seu conhecimento prático, desde técnicas agrícolas a saberes tradicionais, transmitindo aos mais jovens ensinamentos que correm o risco de se perder na era digital.

Com a presença de um psicólogo, um especialista em exercício físico e um gerontólogo, as actividades serão organizadas três vezes por semana. Além disso, haverá espaço para os utentes, em outros dias, ensinarem aos mais jovens. Esta troca de saberes busca preservar a memória colectiva e valorizar o contributo dos mais velhos na comunidade.

A Universidade da Maturidade em Soure procurará ainda criar um ambiente de interacção intergeracional, com actividades como costura ou carpintaria que podem até gerar rendimentos. O projecto inclui um ‘hub’ criativo, onde os seniores podem usar as suas habilidades em benefício da comunidade local.

Através desta iniciativa, a ANGES pretende também melhorar a saúde e a qualidade de vida dos seniores, promovendo um envelhecimento activo e retardando a institucionalização. Estudos anteriores no Brasil demonstraram benefícios significativos, como a redução da solidão, da ansiedade e melhorias nos biomarcadores de saúde, como glicemia, colesterol e pressão arterial.

Com a adaptação deste projecto em Portugal, a ANGES espera fortalecer os laços intergeracionais e promover um envelhecimento mais digno e saudável, enquanto preserva o conhecimento tradicional e as tradições locais.