O Orçamento da Câmara de Coimbra para 2025 foi aprovado com os votos favoráveis da coligação Juntos Somos Coimbra e contra do PS, que tem maioria na Assembleia Municipal, e abstenção da CDU.
A proposta do Orçamento Municipal para 2025, que apresenta um valor de 249,1 milhões de euros (mais 6,4% face a 2024), foi esta segunda-feira aprovada na reunião do Executivo, com os votos favoráveis dos seis vereadores da coligação Juntos Somos Coimbra, que tem maioria absoluta na Câmara, quatro votos contra do PS e uma abstenção da CDU.
Após três anos consecutivos em que o PS optou sempre pela abstenção na votação do Orçamento e Grandes Opções do Plano (GOP), os socialistas votaram agora contra o documento proposto para 2025, considerando que “a sustentabilidade dos cofres municipais está em causa, correndo o sério risco de comprometer o progresso do concelho e a acção dos mandatos seguintes”, referiu o vereador José Dias.
O vereador do PS recordou os dados presentes no Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses referente a 2023, que aponta para Coimbra como a autarquia com o pior resultado operacional do país e o terceiro lugar nos resultados líquidos.
Para José Dias, face ao Orçamento apresentado, perspectiva-se que o “passivo de médio e longo prazo vai continuar a aumentar” e há receita apontada sem “qualquer fundamento”.
Nesse sentido, os quatro vereadores do PS votaram contra, “considerando que Coimbra precisa de um novo rumo e visão renovada, sempre assente numa boa gestão das contas públicas”.
Na óptica de José Dias, o documento manifesta “mais um adiamento” na concretização das “inúmeras propostas” feitas pelo actual Executivo, referindo ainda que “grande parte das iniciativas identificadas são transitadas dos mandatos do PS”.
Já o vereador eleito pela CDU, Francisco Queirós, com pelouros no Executivo, concluiu que a linha estratégica do documento “corresponde a uma espiral que dá continuidade a práticas de anos anteriores e, até, de precedentes maiorias”.
“Mantém-se um governo errático da cidade, cujas opções prejudicam significativamente os habitantes do concelho”, disse, criticando falta de acções para “melhorar a qualidade de vida, de trabalho e de circulação em Coimbra”.
Apesar disso, a CDU absteve-se na proposta, afirmando-se “responsável” e disponível “na procura das melhores soluções para o concelho”.
Já o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, considerou que, entrando no quarto ano de mandato, é “notório” que o Município está “na trajectória certa, numa espiral ascendente e consistente de desenvolvimento, mas ainda há um longo percurso a percorrer”, recordando que o programa eleitoral apresentado em 2021 é “para oito anos”.
“As GOP e o Orçamento de 2025 reafirmam o papel da Câmara Municipal de Coimbra como agente central na promoção de uma agenda política voltada para o desenvolvimento sustentável, para a coesão social e para a inovação urbana”, vincou.
Face ao sentido de votos expresso, antevê-se alguma dificuldade para que o documento seja aprovado na Assembleia Municipal de Coimbra.
Naquele órgão, há 22 eleitos do PS (12 deputados e 10 presidentes de Junta), contra 21 da coligação Juntos Somos Coimbra (15 deputados e seis presidentes de Junta). O órgão conta ainda com cinco elementos da CDU, dois do movimento Cidadãos por Coimbra e um do Chega.