A Companhia Paulo Ribeiro estreia a 30 de Novembro, em Coimbra, “Maurice Accompagné”, o arranque de uma trilogia em que o coreógrafo se inspira em compositores de diferentes épocas, este primeiro em torno de Freitas Branco e Maurice Ravel.
“Maurice Accompagné” estreia-se a 30 de Novembro, no Grande Auditório do Convento São Francisco, sendo a primeira peça coreográfica de uma trilogia em que o coreógrafo se inspira na música de compositores de diferentes épocas – início do século XX, anos 1960 e contemporaneidade.
A ideia “é um século de música e um século de vida”, em espectáculos com uma base musical “sempre muito forte” e com um compositor português a dialogar com um compositor estrangeiro, disse à agência Lusa Paulo Ribeiro.
No arranque da trilogia, a companhia cruza a obra do compositor francês Maurice Ravel (1875-1937) com a do compositor português Luís de Freitas Branco (1890-1955), dois autores do início do século XX, altura em que a dança começa a “abrir-se, a reivindicar um espaço próprio, a romper com certos cânones”, aclarou. Os dois compositores “são geniais, muitíssimo inspirados e visionários”, realçou.
O espectáculo, com coordenação musical de Luís Tinoco, conta com um quarteto de bailarinos a interpretar uma coreografia “com uma linguagem muito escrita, que passa entre algo ritual para algo celebratório, que anda aos saltos de um lado para o outro”, afirmou o coreógrafo.
De acordo com Paulo Ribeiro, “está muito presente a ideia da densidade e de um corpo humano reivindicativo e transformador”.
Para o coreógrafo, havia uma vontade de captar “a energia daquela altura, das vontades, dos desejos e dos sonhos que punham o ser humano à frente”.
Depois da estreia em Coimbra o espectáculo será apresentado no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e no Teatro Nacional de São João, no Porto, já em 2025.
No próximo ano será também apresentado o segundo espectáculo da trilogia, que se irá debruçar sobre o início do século XXI, numa composição original de Luís Tinoco, que irá dialogar com o compositor holandês Louis Andriessen (1939-2021), referiu.
Em 2026, a trilogia termina com uma peça centrada nos anos 1960.
O espectáculo que estreia em Coimbra é uma coprodução do Centro Cultural de Belém, do Teatro Nacional São João e do Convento São Francisco.