O presidente da Câmara da Figueira da Foz criticou a inércia pública que durante anos manteve ao abandono dois prédios devolutos do Ministério da Defesa na cidade, que, entretanto, já estão a ser requalificados pelo Município.
Pedro Santana Lopes, que esta terça-feira assinou o contrato de empreitada de um novo bloco habitacional naquela área, quis salientar o contraste de quase duas décadas de abandono daquela zona, que, além de estar a ser requalificada, vai acolher mais dois edifícios.
“Será que a força da inércia do estado em que isto estava vai ser anulado pela força da velocidade e da dinâmica que aí vem?”, questionou o autarca, lamentando que as pessoas não se revoltem com situações destas, que são facilmente esquecidas.
A Câmara da Figueira da Foz assinou o contrato de empreitada do bloco 4, que terá 24 fogos (4 T1, 12 T2 e 8 T3), pelo montante de 2,8 milhões de euros (mais IVA), suportados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
O edifício, que será construído junto aos dois imóveis devolutos que pertenciam ao Ministério da Defesa, destina-se a habitação a custos controlados para arrendamento acessível e tem um prazo de execução de 18 meses.
A requalificação dos dois prédios devolutos, num total de 24 habitações, representa um investimento de quase 2,4 milhões de euros.
Nesse terreno vai ainda ser construído outro edifício (bloco 3), com 12 fogos, que está a concurso público pela segunda vez, com o valor base de 1,7 milhão de euros, depois do primeiro concurso com o mesmo valor ter ficado deserto.
Admitindo que a construção deste bloco pode ultrapassar o prazo do PRR, que termina a meio de 2026, o presidente da Câmara da Figueira garantiu que será construído, embora reconheça que não existam empresas suficientes para tanto volume de obras.
No total, as empreitadas no terreno que pertencia ao Ministério da Defesa vão atingir os 6,9 milhões de euros e disponibilizar 60 fogos.
Pedro Santana Lopes salientou que “este esforço que está a ser feito, como outros por toda a cidade e concelho, merece ser destacado e valorizado”, lembrando as dificuldades do início do mandato para resolver a situação dos dois edifícios do Ministério da Defesa, que estavam devolutos desde 2006.
“Faz-me impressão, particularmente na Figueira da Foz, que coisas demorem anos e anos e ninguém liga e depois resolvem-se e parece que já estavam feitas ou deviam estar feitas. Temos de saber dar valor ao que temos”, disse.
O Município da Figueira da Foz tem em marcha um investimento global de 29 milhões de euros no sector da habitação. Segundo o presidente da autarquia, no total, vão ser disponibilizados 335 fogos, dos quais 162 novos, o que faz com que a Figueira da Foz “esteja nos lugares cimeiros a nível nacional em número de fogos que vão ser construídos para habitação a custos acessíveis”.