Coimbra  13 de Dezembro de 2024 | Director: Lino Vinhal

Semanário no Papel - Diário Online

 

António Campos

Como a estupidez vence a inteligência

1 de Novembro 2024

Vivemos num Mundo em mudança aceleradíssima. A mãe natureza soberana que nos garante a vida, revoltou-se contra a ganância desmedida humana e castiga a humanidade com as profundas alterações climáticas com, secas severas, inundações devastadoras, ondas de calor crescentes que provocam incêndios florestais incontroláveis, que colocam em risco a vida e semeiam a fome. A revolta da māe natureza soberana ultrapassa de longe a nossa capacidade nacional de acção de a apaziguar.

A outra mudança aceleradíssima é a quarta revolução industrial e tecnológica, filha da inteligência humana. A quarta revolução tecnológica e científica, nesta temos tudo para a acompanhar em paralelo com os Países mais desenvolvidos do Mundo. É a primeira vez na nossa história, após o século XV,que tal acontece.

Temos mais de 300 centros de investigação, com mais de 70.000 investigadores, a grande maioria sem dimensão crítica científica para acompanharem, dinamizarem a inovação tecnológica e científica do sector produtivo nacional, de que depende termos salários decentes e fixar no País os nossos jovens altamente qualificados.

A profunda fusão dos centros de investigação, para lhes dar dimensão crítica científica permitiria a criação de Grandes centros de investigação ligados à robótica, à inteligência artificial, à informática, à saúde etc. e o financiamento das 123 das instituições de ensino superior que temos para se especializarem em áreas técnicas e científicas, ambos ligados obrigatoriamente ao tecido produtivo empresarial nacional, ajudaria a mudar a mentalidade política reinante.

Sem modernização inovadora tecnológica e científica do não haverá salários decentes que evite a emigração de cerca de 30 por cento dos nossos jovens altamente qualificados.

Ouvi a pobreza política do discurso do primeiro-ministro no congresso do seu partido que nada tem a ver com o maior e mais dramático problema nacional, que são os baixos salários e como aspirar a salários decentes idênticos aos países mais desenvolvidos do Mundo.

Hoje temos tudo, faltam-nos muitos Marianos Gagos para podermos acompanhar a revolução dos países mais desenvolvidos do Mundo.

O problema não é discussão política dos impostos é a da mentalidade política retrógrada reinante.

Guetos urbanos

Os guetos urbanos da pobreza e das etnias nas grandes cidades são sempre um grande barril de pólvora. Num País sem grande cultura democrática, qualquer abuso de poder da violência só gera mais violência.

Há países que na urbanização das suas grandes cidades combatem com determinação política os guetos dispersando a pobreza e as etnias pelas cidades, para evitarem o racismo e a descriminação. A Bélgica e um exemplo.

É conhecido que as forças de segurança estão infiltradas pela extrema-direita fascizante, onde os direitos, liberdades e garantias constitucionais, sāo letra morta. É ver o partido o Chega a aproveitar a violência para procurar lançar ainda mais violência, defendendo um Estado policial.

A condenação da violência numa Democracia responsável e transparente é sempre condenável, seja das instituições, seja dos cidadãos.

Na minha juventude, onde não havia no País o direito de manifestação, fui muitas vezes vítima do abuso de poder das forças de segurança nas ruas de Coimbra.

(*) Fundador do PS