- Causa náusea. A reacção histérica, farisaica, desaurida e rábida da confraria woke, cacarejando e corvejando, designadamente na TV, contra o xeque-mate anunciado pelo primeiro- ministro, relativamente à revisão do conteúdo actual da disciplina de Cidadania. Medida luminosa a deste governo, ao expurgar desta disciplina o obscurantismo, o charlatanismo, a heresia mitológica e a fabulação imbecil que identificam a identidade de género, e ao proclamar, em conformidade, que as crianças são filhos de seus pais e não do Estado, como alguns depenados mentais pretenderiam. Sucede que o Estado assaltou, ideológica e fanaticamente a escola pública, de forma pérfida, corrosiva e ilegal, subvertendo levianamente a sua nobre missão, em total sintonia com o apostolado woke, confundindo e infernizando desse modo a mente pura e inocente da criança. Contra esta ignomínia se posicionou frontalmente este governo, uma medida que justifica o aplauso dos que combatem a morbidez e a imbecilidade de uma mitologia aberrante e absurda.
- Aliás, o governo limitou-se, lucidamente, a aplicar a doutrina sobre a matéria inscrita na nossa Constituição e na Declaração Universal dos Direitos Humanos, e por outro lado a observar o que a ciência médica ensina. Recordo para os distraídos, nomeadamente muitos pais, e também para os «progressistas» da seita woke, dois artigos basilares: no seu art. 68º a nossa Constituição proclama «A acção educativa dos pais em relação aos filhos é insubstituível», e acrescenta «O Estado não pode programar a educação e a cultura segundo quaisquer directrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas». Por outro lado, o art. 26.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos sublinha: «Os Pais têm a prioridade do direito na escolha do género de instrução que será ministrada a seus filhos».
No tocante à verdade científica, a ideologia de género é uma mistificação e um embuste, sem qualquer sustentação. Engendrou uma nova antropologia iconoclasta, inconsistente, cavilosa e anti-científica, postulando nomeadamente que nascemos como enteléquias assexuadas. A identidade e a orientação sexuais não dependeriam do património genético, sendo essencialmente produtos culturais. Esta ideologia repudia a dimensão biológica e genética do ser humano, e portanto a verdade da ciência médica.
- Ora ensinar ficções e aberrações científicas a crianças é imbecil. E torna-se escabroso e repugnante quando a intenção é manipular e confundir a mente da criança, ainda sem maturidade e capacidade cognitiva para reflectir sobre a complexidade da sexualidade. Só em regimes totalitários o Estado se arroga o direito de substituir a Família em áreas que não são de sua competência. Infelizmente assim sucedeu nas escolas do país com a imposição obrigatória do ensino da ideologia de género. De forma célere o governo tomou uma medida que elimina esta ignomínia, aliás na linha de deliberações similares operadas em vários países do mundo ocidental, após experiências que se revelaram muito dolorosas e traumáticas. Só num país insensato e culturalmente frágil, chocho e bronco a «moda» da ideologia de género consegue vingar. Espero que não seja o caso de Portugal.
(*) Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Medicina de Coimbra