A perspectiva do Estudo Draghi, proposta pelo ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, aborda uma série de questões económicas e financeiras cruciais para a estabilidade e desenvolvimento económico da União Europeia (UE). Este estudo visa identificar as principais lacunas e desafios que a zona euro enfrenta, bem como propor soluções que podem impulsionar o crescimento económico e a resiliência da região.
Um dos principais impactos do Estudo Draghi está na necessidade de uma maior integração económica e financeira entre os Estados-membros. Draghi argumenta que a fragmentação dos mercados financeiros e a falta de coordenação política podem ser obstáculos significativos para o desenvolvimento económico sustentável da UE. Para mitigar isso, o seu estudo propõe um aprofundamento da união bancária e do mercado de capitais europeu, de maneira a facilitar o fluxo de recursos e investimentos entre os países.
Além disso, a perspectiva de Draghi enfatiza a importância das políticas fiscais mais coordenadas. Ele defende que, para enfrentar desafios económicos comuns, como crises de dívida ou recessões, os países da zona euro devem ser capazes de adoptar respostas políticas conjuntas que reflitam as suas interdependências económicas. A introdução de um orçamento comum para a zona euro, conforme sugerido na sua análise, poderia fornecer uma ferramenta crucial para o apoio a países em dificuldades e para o financiamento de investimentos em infraestruturas e inovação.
O Estudo Draghi destaca ainda a necessidade de uma reforma estrutural nos países membros. Muitas economias da UE enfrentam problemas como o elevado desemprego jovem, a baixa produtividade e a desigualdade regional. A implementação de reformas que promovam a flexibilidade do mercado de trabalho, a formação profissional e a inovação tecnológica é vista como fundamental para aumentar a competitividade das economias europeias e fomentar um crescimento inclusivo.
O impacto da perspectiva Draghi no desenvolvimento económico da UE também se reflecte na resposta política a crises recentes. As ideias apresentadas no estudo, induzem a ajuda a moldar a resposta do BCE às dificuldades económicas, através de medidas como a manutenção de taxas de juros baixas e a implementação de programas de compra de activos, que visam estabilizar a economia e promover um ambiente favorável ao investimento.
Finalmente, a influência do estudo não se limita apenas ao âmbito económico, mas também abrange questões sociais e ambientais. Draghi incentiva a UE a considerar a sustentabilidade e a coesão social nas suas políticas económicas, assegurando que o crescimento não ocorra à custa do bem-estar social ou da saúde ambiental.
Em resumo, a perspectiva do Estudo Draghi propõe uma visão abrangente para o desenvolvimento económico da União Europeia, destacando a importância da integração, coordenação de políticas e reformas estruturais. As suas recomendações, se forem implementadas de forma eficaz, têm o potencial de fortalecer a economia europeia, torná-la mais resiliente a dificuldades futuras e garantir um crescimento equilibrado e sustentável para todos os Estados-membros.
Em Coimbra estamos atentos, focados e alinhados com esta perspectiva de desenvolvimento económico e social.
(*) Doutorando e investigador