O Executivo municipal vai pronunciar-se, na reunião de Câmara de amanhã, sobre a proposta de deferimento do reconhecimento da sapataria “Antoine”, na Rua Ferreira Borges, como Loja com História. Caso seja aprovada, vai iniciar-se um processo de consulta pública por 20 dias, após o que será elaborado um relatório com eventuais contributos e/ou reclamações, que fará parte da proposta final, que será novamente votada pelos vereadores, para o reconhecimento da “Antoine” como Loja com História.
A “Antoine” abriu portas há 32 anos, mas a sua história remonta a 1977, quando António Alberto do Vale Fonseca, antigo trabalhador da sapataria Romeu, decide abrir uma loja em Aveiro. Nascido em Coimbra, António Fonseca decidiu, depois, abrir a loja da Ferreira Borges”, que se mantém até hoje. O projecto da remodelação da “Antoine” é do arquitecto Vasco Cunha, arquitecto marcante na cidade, como refere Nuno Correia Lopes, na dissertação intitulada “Vasco Cunha, 50 anos de obra arquitectónica em Coimbra – 1962 a 2012”, onde revela alguns elementos talvez desconhecidos do público em geral.
A análise dos serviços indica que a saparia “Antoine” cumpre a quase totalidade dos critérios exigidos para o reconhecimento do interesse histórico e cultural ou social local, falhando apenas nos critérios gerais relativos ao património imaterial, nos itens da necessidade de salvaguarda e na necessidade de divulgação.
Em relação aos restantes dois critérios gerais, actividade e património material, a sapataria cumpre todos os itens, designadamente o exercício de actividade há mais de 25 anos, o significado para a história local, o objecto identitário, fato de serem únicos no quadro das actividades prosseguidas, elementos que compõem o primeiro critério de avaliação referido, e, também, cumpre o critério património material, na vertente do património artístico e no acerco (bens materiais e documentos).