A Metro Mondego quer instalar painéis solares no futuro estacionamento dos autocarros eléctricos, no Parque de Material e Oficinas (PMO), em Ceira, Coimbra, revelou o presidente da entidade.
“Neste momento, é uma possibilidade. A nossa expectativa é a de desenvolver o projecto para podermos lançar esse concurso no início do próximo ano, porque é do nosso interesse”, afirmou o presidente da Metro Mondego, João Marrana, que falava aos jornalistas no final de uma visita às obras do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), que irá servir Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo, com autocarros eléctricos articulados a funcionarem em via dedicada.
Segundo João Marrana, a possibilidade de instalar painéis solares, que poderiam ajudar a alimentar o carregamento dos autocarros eléctricos (que carregam no sítio onde estão estacionados), está dependente de financiamento. “As coisas custam dinheiro e, portanto, é necessário encontrar financiamento para essa intervenção”, referiu.
A iniciativa desta quarta-feira, integrada na Semana Europeia da Mobilidade, contou com visita a vários locais de obra, quer no centro da cidade, na Solum, quer em Ceira, onde ficará instalado o PMO, cujas empreitadas se prevê que estejam concluídas no final do ano.
Um dos pontos da visita na Solum foi escolhido para mostrar como empreitadas desta dimensão (que envolvem não apenas a infra-estrutura do SMM, mas também intervenções nas redes da Águas de Coimbra e Águas do Centro Litoral) podem arrastar-se no tempo por imprevistos no terreno.
Na Rua General Humberto Delgado, junto à rotunda Artur Paredes, foram encontrados cabos de média tensão não cadastrados que fizeram a obra parar naquele ponto, o que obrigou, inclusive, a ter de se arranjar um gerador de alta potência capaz de alimentar toda a Solum, durante a intervenção, que acabou por durar apenas dois dias. Noutros casos, achados arqueológicos interrompem intervenções, como aconteceu junto à Via Central.
Segundo João Marrana, espera-se que no início de 2025 possa começar a operação experimental do canal do SMM entre Serpins e Portagem, não podendo arrancar a operação comercial face a um contencioso num concurso público relacionado com a empreitada das guardas de segurança (necessárias para se poder começar a operação).
Questionado pela agência Lusa sobre soluções para utilizadores de bicicleta, João Marrana admitiu que os autocarros não estão preparados para receber bicicletas, estando a ser pensado um projecto-piloto para se ver “até onde se pode ir”. Além disso, a Metro Mondego pretende instalar parques para bicicletas em várias das suas estações, referiu.
Questionado sobre a proposta de contrato de serviço público, o presidente da Metro Mondego afirmou que em Julho a entidade remeteu uma nova proposta ao Governo, que está a ser analisada, perspectivando-se um horário de funcionamento entre as 6h00 e as 00h00.