A Câmara de Coimbra vai avançar com um piloto de acalmia de tráfego na Quinta da Portela, no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade, iniciativa que volta a fechar a Rua da Sofia e a Avenida João das Regras.
O piloto na Quinta da Portela, “uma zona residencial com muita gente a viver e que justifica a criação de uma zona 30 [zona de 30 quilómetros por hora de velocidade máxima]”, estará a decorrer durante toda a semana, numa iniciativa desenvolvida em conjunto com um projeto de investigação da Universidade do Minho, afirmou a vereadora com o pelouro da mobilidade, Ana Bastos, durante a conferência de imprensa de apresentação do programa.
Segundo a responsável, serão instaladas de forma provisória medidas de acalmia de tráfego na Quinta da Portela, cujos resultados irão permitir à equipa da Universidade do Minho testar os efeitos e impactos destas medidas em ambientes reais.
O chefe da Divisão de Mobilidade Urbana, Tiago Cardoso, aclarou que a Câmara de Coimbra desenvolveu com a Universidade do Minho um protótipo de algumas alterações para dois arruamentos da Quinta da Portela, que foram modelados em realidade virtual, tendo também sido desenvolvidos inquéritos junto dos residentes, a grande maioria a querer “a implementação de medidas e mostraram-se até dispostos a perder lugares de estacionamento”.
O projecto prevê transformar arruamentos em vias de sentido único, criação de uma ciclovia ‘pop-up’ e retirada de lugares de estacionamento onde serão criadas zonas de estar, aclarou, referindo que, posteriormente, serão feitos novos inquéritos e se vai avançar com “eventuais medidas que possam ser aplicadas”.
O fecho ao trânsito da Rua da Sofia (sábado, 21 de Setembro) e da Avenida João das Regras (domingo, 22), um passeio de bicicleta organizado para crianças (kidical mass) na Solum, um “comboio de bicicletas” de pais e filhos na escola de Assafarge e uma conferência sobre espaço público partilhado são algumas das propostas da Câmara de Coimbra para assinalar a Semana Europeia da Mobilidade, entre 15 e 22 de Setembro.
Segundo Ana Bastos, nessa conferência, a decorrer na terça-feira, no Convento São Francisco, serão debatidas zonas 30, sublinhando que, apesar de já haver manuais de criação de zonas 30 por parte da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), faltam programas que assegurem financiamento para a sua execução.
A vereadora vincou que há zonas já identificadas pela Câmara de Coimbra que teriam tudo para “ser zonas residenciais de coexistência”, mas notou que o novo quadro comunitário ainda não abriu avisos nessa área.
Questionada pela agência Lusa sobre a possibilidade de controlo de velocidade ou proibição de circulação junto às escolas da cidade, Ana Bastos vincou que a zona das escolas “é sempre crítica” e que as vias junto aos estabelecimentos escolares deveriam ser de velocidade máxima de 30 quilómetros por hora, mas que não basta uma placa, sendo necessário alterar “o desenho do traçado” para uma real transformação.
“Essas obras não estão na prioridade da Câmara, neste momento, por causa da quantidade de obras que há na cidade [associadas ao futuro Sistema de Mobilidade do Mondego]. A execução do Sistema de Mobilidade do Mondego é o mote para a transformação da cidade e vamos começar a ter condições para ter políticas de mobilidade para alterar outro tipo de comportamentos, como restrições de estacionamento e alterações nessas zonas. Neste momento, é prematuro”, salientou.
No âmbito do programa da Semana Europeia da Mobilidade, está ainda previsto um percurso pelo traçado do Sistema de Mobilidade do Mondego, uma peça de teatro sobre o SMM, a assinatura do contrato de constituição da Entidade do Sistema Intermodal de Transportes da Região de Coimbra (AGIT) e uma mostra de veículos eléctricos no Choupalinho.