No passado, há 10 anos, começava a apanha da maçã bravo de Esmolfe no final de Setembro, este ano começou nos primeiros dias de Setembro.
A subida anual da temperatura é a principal responsável desta profunda alteração do ecossistema.
A luta pelo acesso à água no mundo vai ser uma fonte de guerras no futuro.
Assisto já por exemplos aos confrontos políticos nos Estados Unidos na disputa das águas dos rios Mississipi e Colorado entre os seus estados regionais e o México.
No rio Nilo a guerra política entre o Egito e a Etiópia, ou o desaparecimento dos importantíssimos rios Tigre e Eufrates, com a Turquia a reter nas suas barragens a água.
Os exemplos das disputas entre estados pelo acesso à água podiam continuar.
Sem água não há vida e dentro de meia dúzia de anos será uma das principais fontes de energia, com a utilização massiva do hidrogénio.
Japoneses e americanos dentro de poucos anos vão lançar automóveis abastecidos com água, onde os motores farão a hidrólise da água produzindo o hidrogénio, será uma grande conquista no combate às alterações climáticas.
Em Portugal há uma dependência excessiva da água dos rios internacionais num criminoso abandono político dos recursos hídricos nacionais.
O governo de Sócrates lançou 11 barragens quase todas nos rios nacionais, mas infelizmente foram todas paralisadas, com elevados custos para o País, como aconteceu com a barragem no Mondego, em Girabolhos. Resistiu somente a do Tâmega, em breve a entrar em funcionamento.
Isto num País onde cerca de 70 por cento dependente do exterior dos seus bens alimentares, que nos custam mais de 14.000 mil milhões de euros de importações.
Sem água não há vida nem bens alimentares para a sustentar.
A principal pandemia do século XXI vai ser a fome.
(*) Fundador do PS