A administração dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) está a ponderar pagar carta e certificado de aptidão a futuros motoristas, para fazer face à falta destes trabalhadores, afirmou o presidente do Município.
“Está em cima da mesa o pagamento da carta e da CAM [certificado de aptidão de motorista] pelos SMTUC e a realização de cursos específicos pelo IEFP [Instituto do Emprego e Formação Profissional], para se conseguir formar e contratar mais motoristas”, afirmou esta segunda-feira o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra.
O autarca falava no arranque da reunião do Executivo municipal, onde foi debatida e votada uma proposta que reduz a oferta actual dos SMTUC, face à falta de motoristas (o Conselho de Administração estima faltarem 32 trabalhadores, apesar de terem concursos abertos de forma contínua).
Segundo José Manuel Silva, o Conselho de Administração dos SMTUC está à procura de soluções, “nomeadamente em contactos com o IEFP”.
O presidente da Câmara afirmou que o Executivo procurou garantir a reposição da carreira de agente único (permitindo aumentar a remuneração base dos motoristas), mas o anterior Governo (PS) “recusou” essa solução, aguardando “eventuais desenvolvimentos” do actual Governo (PSD/CDS-PP).
Na Assembleia da República, em 2020, dois projectos do Bloco de Esquerda e PCP para reposição da carreira de agente único foram rejeitados com votos contra do PS (com excepção de seis deputados) e Iniciativa Liberal e abstenções de PSD e CDS-PP.
“Naquilo que depende de nós, tudo temos feito e aplicámos a opção gestionária aos motoristas dos SMTUC, no sentido de valorizar a sua carreira, mas sabemos que o impacto é limitado”, vincou.
Nesse sentido, José Manuel Silva pediu ao Conselho de Administração dos SMTUC para dar prioridade à realização de estudos sobre uma eventual empresarialização daqueles serviços, que permitiam outra autonomia e liberdade no que toca aos vencimentos dos seus trabalhadores.
“Este caminho, à semelhança do que aconteceu com a empresa municipal Águas de Coimbra e recordando o bom exemplo de Braga, permite a resolução dos problemas mais graves que actualmente condicionam a capacidade de resposta dos SMTUC e agiliza as suas decisões estratégicas. Cada vez é mais urgente uma solução que permita continuar a garantir o inestimável serviço público prestado pelos SMTUC. Não há tempo a perder”, sublinhou.