Depois do Festival da Sardinha em Junho, segue-se agora outro dos menus mais icónicos da Figueira da Foz, o Festival das Caldeiradas, que decorrerá desta sexta-feira (dia 6) a 15 de Setembro.
O Festival das Caldeiradas é promovido pela Associação Figueira com Sabor a Mar e, pela primeira vez, não teve apresentação oficial, como é usual acontecer, dado o desinteresse manifestado por alguns associados, o que levou a esta tomada de decisão pela Associação.
“Promover a gastronomia na Figueira da Foz não tem sido um trabalho fácil, leva quase meio século ininterruptamente, mas os resultados começam a aparecer. Muitos já ficaram pelo caminho, mas há outros que nunca desistiram, sempre acreditaram que a Figueira da Foz tem potencial e uma boa restauração, pelo que é preciso trabalhar, apostar na qualidade e acreditar” – garante o presidente da Associação Figueira com Sabor a Mar, Mário Esteves, o qual defende, sobretudo, a promoção do turismo figueirense, com alguma predominância para a gastronomia, que traz muita gente ao concelho.
Em comunicado, a Associação e o seu presidente pedem desculpa por tal decisão a todos os patrocinadores que ao longo do tempo sempre têm acreditado no trabalho desenvolvido. Mesmo assim, o Festival das Caldeiradas, integrado no 33.º Festivais de Peixe da Figueira da Foz, vai realizar-se em 13 restaurantes: Caçarola 1, Caçarola Dois, Casa das Enguias O Grazina, Casa Marquinhas, restaurante A Ver o Mar, Lota Nova, restaurante Bijou, Pep´s, Al Dente, Muralha Chafarica, Kamone Bar e Petisqueira, Casa dos Papagaios e restaurante O Pescador.
Desde sempre que a Gastronomia Regional é um elemento essencial quando se fala na promoção turística de um destino, pelo que o “Figueira com Sabor a Mar” está a tentar reforçar e consolidar todo o trabalho realizado nesta vertente nas últimas décadas, que visa estimular o consumidor na época baixa, e incrementar dinâmica na restauração local e diversificar a oferta turística do destino Figueira da Foz.
Mário Esteves, presidente da Associação Figueira Sabor a Mar, continuar a dar o máximo de importância a estas iniciativas. “São 60 dias de festivais por ano” diz, e como é sabido a caldeirada é um prato típico dos pescadores, diversificado (tudo depende do tipo de peixes), que é enriquecida com a sopa de peixe ou, no final, com a célebre massada, tendo como prato principal a caldeirada de peixe, cuja selecção e confecção ficarão ao critério e à imaginação de cada um dos participantes.
A frescura do peixe é, na sua essência, a principal condição para o sucesso deste prato, bem como a variedade do pescado, onde se destaca a raia, o tamboril, a pata-roxa, o cação, ou a tremelga.
As caldeiradas há muito que são um prato vulgarizado por todo o país, de norte a sul, mas as saboreadas junto à beira-mar são sempre mais apetecíveis. A Figueira da Foz é uma região com tradição nas caldeiradas de peixe, recordando-se que João de Lemos e Marcos Viana, dois gastrónomos conhecedores, diziam que as “caldeiradas nesta região faziam a diferença, porque eram confeccionadas com peixes finos (tamboril, safio, pata-roxa, cação, ruivo, raia, cherne, pargo e corvina…)”.
Outra das novidades nesta região é a Caldeirada de Petinga à Buarcos, a única região que a fazia no início do século passado e acabou por ser o mote para outro tipo de caldeiradas, que hoje é vulgar encontrar-se por todo o país, feitas só com um tipo de peixe.
O 33.º Festival de Gastronomia da Figueira da Foz 2024 encerra em Novembro,. de 15 a 24, com o Festival do Bacalhau e seus derivados.