A Associação Académica de Coimbra (AAC) enviou ontem (2) uma carta ao primeiro-ministro e ao ministro da educação, manifestando a sua profunda preocupação face à notícia do possível descongelamento das propinas no ensino superior. A AAC considera esta medida um retrocesso inaceitável no acesso universal e democrático à educação superior em Portugal.
No documento, a AAC alerta para as graves consequências desta decisão, num contexto de crise económica marcada pela inflação e pelo aumento dos custos de habitação. A associação sublinha que o aumento das propinas agravaria as desigualdades sociais, forçando muitos estudantes a abandonar os estudos por razões financeiras. Dados recentes indicam já um aumento nas taxas de abandono escolar, o que, segundo a AAC, será exacerbado com esta medida.
Renato Daniel, presidente da AAC, reforçou a posição da associação: “Este é um grave retrocesso no acesso ao Ensino Superior, que a Académica de Coimbra não deixará passar impune. Responderemos de forma adequada a um aumento incompreensível das propinas”. A AAC reafirma que a educação é um direito universal e que qualquer tentativa de limitar este direito será vigorosamente contestada.
A carta apela ainda à necessidade de um ensino superior acessível e inclusivo, destacando que o Estado tem a obrigação de garantir que nenhum estudante seja excluído por razões financeiras. A AAC solicitou uma audiência urgente com o primeiro-ministro e o ministro da educação para discutir esta questão e procurar soluções que preservem o acesso democrático à educação superior.