Movimento alerta para menorização de Coimbra em concurso de Alta Velocidade

O movimento de cidadãos promotor da petição “Parque Multimodal do Choupal”, que tem vindo a criticar a ponderação da qualidade no recente concurso da Linha de Alta Velocidade, relativo ao troço Oiã/Soure, será recebido pela secretaria de Estado das Infraestruturas no próximo dia 17 de Setembro. Esta reunião surge na sequência das preocupações levantadas pelo movimento sobre a diminuição do factor qualidade em relação ao preço no referido concurso, uma questão que foi recentemente noticiada pelo Jornal Público.

Segundo as declarações do movimento, o novo concurso apresenta uma redução de 10% na ponderação da qualidade relativamente ao factor preço, em comparação com o concurso anterior para o troço Porto/Oiã. O movimento não refere especificamente a Estação Intermodal de Coimbra, mas aponta que a totalidade da qualidade agora avaliada, e que foi reduzida em um terço, está relacionada com Coimbra. O movimento sugere ainda que esta redução pode estar ligada a um menor peso político da cidade, contrastando com o caso de Gaia, que conseguiu introduzir uma estação considerada “injustificável” a meio de um processo quase concluído.

No primeiro concurso, a qualidade representava 30% da ponderação total, dividida em subfactores para a Estação de Campanhã, a Estação de Santo Ovídeo e a Ponte sobre o Douro. No entanto, no novo concurso, a qualidade foi reduzida para 20%, com 75% desse valor atribuídos à Estação Intermodal de Coimbra e 25% ao “Acesso Sul à Estação”. O movimento questiona a razão desta diminuição e se ela se justifica pelo peso das obras previstas no concelho de Coimbra, incluindo o flyover entre o apeadeiro de Bencanta e a nova ponte ferroviária sobre o Mondego, que são vistas como de grande relevância urbana e paisagística.

O movimento também expressa preocupação de que um concorrente menos preocupado com a qualidade das intervenções possa ser beneficiado no novo concurso, algo que consideram inadmissível. Em resposta, o grupo apela à Câmara Municipal de Coimbra (CMC) para que se posicione sobre a diminuição do factor qualidade e esclareça quais as obras incluídas no conceito de “Acesso Sul à Estação”, cuja qualidade representa apenas 5% da ponderação total.

A reunião agendada com a secretaria de Estado das Infraestruturas será uma oportunidade para o movimento apresentar as suas preocupações e discutir a possibilidade de introduzir correcções que garantam a valorização da qualidade nas intervenções previstas para Coimbra.