Não fossem as gentes do interior moldadas pelas condições difíceis de uma natureza que as não favoreceu, nem em meios nem em condições, e o seu amor à vida poderia ceder perante tantas adversidades. Góis, aqui a 40 e poucos kms de Coimbra, é um exemplo desses, apesar de não distar do litoral mais do que 80/90 kms. O frio e demais antipatias do clima, a pobreza daquele chão produtivo, acessos difíceis, juventude pouca, tudo isso dificulta a vida colectiva daquela comunidade concelhia e exige de quem fica um esforço acrescido para que continue a valer a pena viver nos socalcos que o rio Ceira embeleza mas não amacia. E Góis tem sabido – e parece estar a saber cada vez melhor – como dar a volta a este destino que só manda enquanto o homem deixar.
Artigo para ler, esta quinta-feira, na versão impressa do “Campeão das Províncias”