As obras da Infraestruturas de Portugal (IP) na Ponte-Açude, em Coimbra, foram suspensas até reabertura da Ponte de Santa Clara, afirmou a Câmara de Coimbra, que foi alvo de críticas pelos congestionamentos provocados por aquela intervenção.
O congestionamento de trânsito provocado pelas obras da IP na Ponte-Açude levaram o PS (oposição) a pedir a demissão da vereadora com o pelouro da mobilidade, já o PSD, que faz parte do Executivo camarário, dirigiu as críticas à própria Infraestruturas de Portugal, ameaçando pedir a demissão do seu Conselho de Administração.
Num comunicado extenso, a Câmara de Coimbra informou, no domingo, que as obras naquela ponte vão ficar suspensas até à reabertura da Ponte de Santa Clara, outra via de ligação entre as duas margens do Mondego, que se encontra encerrada ao trânsito por causa das obras do MetroBus.
O Executivo camarário critica, também, o “oportunismo político” da Concelhia do PS, recordando que a obra em curso na Ponte-Açude é da responsabilidade da IP, não tendo o Município qualquer “papel, nem consultivo nem vinculativo”.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara, José Manuel Silva, afirmou que o impacto daquelas obras de manutenção foi “superior ao esperado”, tendo o Executivo procurado chegar a um entendimento com a IP, que levou, então, à suspensão da intervenção programada.
O edil referiu esperar que as obras possam posteriormente ser realizadas “no período nocturno e ao fim-de-semana”, para causar menos constrangimentos, mas recordou que o Município não tem capacidade de “impor” uma solução, já que a IP está “a agir no seu território”.
Necessidade de uma nova ponte
Para José Manuel Silva, o impacto causado, sobretudo por causa de “tráfego de atravessamento” (trânsito que não se dirige para a cidade), demonstra também a necessidade de construção de uma nova ponte sobre o Mondego, tal como defendido pelo Executivo, para desviar esse tipo de trânsito da entrada de Coimbra.
Sobre o pedido de demissão da vereadora Ana Bastos pelo PS, o presidente da Câmara acusou o PS de “aproveitamento político” e de procurar atacar “uma vereadora extraordinariamente competente” e que tem tido uma posição “assertiva” sobre uma nova ponte, ao contrário do PS “que coloca dúvidas e reservas e que, nos últimos oito anos, nada fez” para resolver o problema de congestionamento naquela zona da cidade.
No comunicado, o Município explica que, “face à redução drástica do tráfego na época do Verão”, esperava-se que o efeito cumulativo dos condicionamentos nas duas pontes “não tivesse um impacte significativo, o que não se verificou”. Refere-se, a propósito, que na Ponte Açude os volumes de tráfego aumentam, atingindo cerca de 50 mil veículos por dia, valores confirmados por contagens recentes realizadas no âmbito do estudo de tráfego aplicado ao Plano de Pormenor da Estação Intermodal de Coimbra.
A isto, aclara, acresce o facto de o plano de obras prever que apenas uma via de circulação no sentido sul-norte, na Ponte-Açude, estaria condicionada, “o que nem sempre aconteceu”, para além da “inexistência de apoio policial, responsabilidade da dona de obra, a IP”.