Coimbra  11 de Novembro de 2024 | Director: Lino Vinhal

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São Martinho do Bispo lamenta tratamento injusto aos profissionais do Hospital dos Covões

28 de Junho 2024 Jornal Campeão: São Martinho do Bispo lamenta tratamento injusto aos profissionais do Hospital dos Covões

O presidente da União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, Jorge Veloso, manifestou hoje um profundo lamento pela “maneira injusta” como os profissionais de saúde do Hospital Geral de Coimbra (HGC Covões) estão a ser tratados. Em comunicado, a União de Freguesias sublinhou o esforço tremendo que todos estes profissionais têm feito, enfrentando condições adversas no seu dia-a-dia.

A partir de segunda-feira as urgências do também designado Hospital Geral, localizado nos Covões, estarão encerradas entre as 20h00 e as 8h00 ao abrigo do plano de Verão da ULS. “Esta decisão, anunciada pelas entidades responsáveis, é apresentada como uma medida temporária”, refere o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem , preocupado, contudo, com “uma potencial ameaça de permanência” do encerramento.

A medida está incluída no “Plano de Contingência para a Resposta Sazonal em Saúde”, que vigora de 15 de Junho a 30 de Setembro, apresentado na quinta-feira pelo presidente do conselho de administração da ULS de Coimbra . Alexandre Lourenço anunciou para este Verão “a centralização da urgência nocturna nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), com a suspensão da admissão de doentes entre as 20h00 e as 8h00 no Hospital Geral”, na margem esquerda do rio Mondego.

“A União de Freguesias lamenta profundamente que os profissionais de saúde do HGC sejam tratados desta maneira injusta, dado o esforço tremendo que todos fazem, lutando sim contra a falta de condições que o Conselho de Administração dos Centros Hospitalares e Universitários de Coimbra (CA dos CHUC) continuam a querer manter, sabendo nós também o seu objectivo”, afirma a UF.

Na sequência da conferência de imprensa da Administração da ULS Coimbra vários profissionais do Serviço de Urgência do Pólo HG expressaram o seu espanto com esta decisão e solicitaram esclarecimentos. “Os profissionais, apesar da falta de recursos humanos e materiais, têm desempenhado diariamente as suas funções variadas com dedicação e zelo em prol dos doentes”, declararam.

O Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPEnf) também contestou hoje o encerramento durante o Verão das urgências nocturnas do Hospital dos Covões, em Coimbra. Com esta medida, anunciada na quinta-feira pela Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra, a saúde na região Centro “arrisca colapso já este Verão”, alertou hoje o SIPEnf.

“O encerramento das urgências durante a noite afecta directamente a população em situações de emergência médica que não podem esperar até o horário de reabertura. A acessibilidade e a prontidão no atendimento são fundamentais para garantir a saúde e a segurança dos cidadãos”, defendeu o SIPEnf. A medida “irá sobrecarregar outras unidades de saúde que já operam sob pressão, potencialmente aumentando os tempos de espera e comprometendo a qualidade do atendimento”.

“Exigimos das autoridades um compromisso claro de reabertura das urgências após o Verão”, afirmou o presidente da direcção do SIPEnf, Fernando Parreira, citado na nota. Para o dirigente, a saúde da população “não pode ser sacrificada por decisões administrativas temporárias”. Rejeitando este “precedente perigoso”, o sindicato receia que a opção da administração da ULS seja “prenúncio de um desmantelamento gradual dos serviços de saúde” na região.

Este desabafo surge num momento em que há um crescente descontentamento entre os profissionais de saúde devido à falta de recursos e apoio por parte da administração hospitalar. A União de Freguesias expressou solidariedade com todos os trabalhadores do HGC e reiterou a importância de melhorar as condições de trabalho para garantir um serviço de saúde de qualidade à população.

A situação actual no HGC tem sido marcada por várias queixas de falta de equipamentos adequados, insuficiência de pessoal e sobrecarga de trabalho, o que tem afectado significativamente a prestação de cuidados de saúde. A União de Freguesias apela a uma acção imediata por parte das autoridades competentes para resolver estas questões e proporcionar condições dignas aos profissionais que diariamente se dedicam a salvar vidas.