A Associação Académica de Coimbra (AAC) defende a criação de um Comité da Juventude Europeu, para permitir a participação de jovens na formulação de políticas comunitárias.
“A academia de Coimbra considera que o ensino superior europeu enfrenta, actualmente, uma emergência transversal a todo o continente”, tendo a AAC, por essa razão, “apresentado uma resposta num âmbito europeu, ao invés de uma visão meramente nacional”.
“É por considerarmos que a resposta ministerial se tem relevado insuficiente que procuramos dar o primeiro passo em direcção a uma participação activa da juventude no panorama político europeu”, afirma a AAC.
“Para isto, acreditamos que será indispensável a concretização de um órgão político que empodere, efectivamente, a juventude nos processos de formulação e implementação de políticas comunitárias”.
Segundo a Associação, o documento abrange de forma prioritária “as áreas com um peso considerável no quotidiano do estudante de ensino superior, nomeadamente o alojamento social, o acesso a cuidados de saúde mental, a aposta na mobilidade e padronização e, por fim, a representatividade política da juventude na União Europeia”.
O presidente da AAC, Renato Daniel, considera que “apenas inserindo os jovens europeus em processos de formulação e aplicação de políticas comuns a todo o espaço europeu, se poderá responder eficazmente e adequadamente aos vários problemas relacionados com a habitação, a saúde mental, a empregabilidade e a mobilidade europeia”.
A ideia é que o Comité da Juventude Europeu replique a orgânica institucional já existente noutros órgãos europeus, como o Comité das Regiões Europeu, elucida a Associação.
“Este novo órgão possibilitaria que os jovens europeus participassem institucionalmente no processo legislativo europeu, dando a relevância devida à participação política da juventude e dos seus interesses políticos, à semelhança do que já se faz com os municípios ou com os interesses dos trabalhadores e dos empregadores, no Comité Económico e Social”, vinca.
A AAC apresentou a Moção Estratégica para as Eleições Europeias de 2024 no cinquentenário da vitória da democracia em Portugal, contendo uma “visão intransigente de um ensino superior europeu universal, acessível e democrático”, complementa.
A implementação deste Comité também apresenta como principais objectivos o empoderamento político directo da juventude europeia, a aproximação entre os jovens e a realidade política europeia, a consciencialização juvenil acerca de “temáticas fraturantes”, o envolvimento dos jovens “no aprofundamento do Projecto Europeu” e a capacitação da juventude para o desempenho de futuras funções políticas, conclui a Associação Académica de Coimbra.