A sociologia já citou em algum momento que uma geração é um produto do seu tempo e essa afirmação faz sentido. Cada geração será, em algum grau, uma resposta a um momento sobre o qual a sociedade transita. E cada uma parece ter necessidades e características, até então, inéditas. Com a geração Z não seria diferente, e com a sua entrada no mercado de trabalho, os desafios vão desde a missão do empregador à formas de trabalhar.
Fonte: Pexels
A geração Z está entre os nascidos entre 1995 e 2010 e, portanto, uma geração que nasceu totalmente inserida na tecnologia. Habituados a obter respostas rápidas com o suporte da rede, esses jovens são altamente conectados e independentes, não esperando que o conhecimento venha de gerações anteriores.
Apesar de práticos, espera-se que os GenZ, como são chamados, sejam adaptáveis na hora de buscar um emprego. O primeiro desafio é o modelo de currículo, que muda de acordo com o emprego almejado e, assim, a sua funcionalidade. É necessário entender o que as empresas buscam e balancear com a apresentação. Se o candidato ainda não tiver muita experiência, por exemplo, um modelo cujo espaço foque nos seus pontos fortes deve ser aplicado.
Apesar de crucial para embarcar no mercado de trabalho, o currículo é apenas o primeiro passo. Depois da entrada, os desafios estão começando ainda, pois o status quo até então aceito pelas gerações anteriores, como benefícios, salário e qualidade de vida, estão sendo postos à prova pela GenZ.
De acordo com François-Pierre Puench, Diretor da recrutadora Robert Walters Portugal e Brasil, a geração Z é conhecida como os “sonhadores” no mercado de trabalho, tendo o salário como factor crucial devido ao alto custo de vida, mas também dando importância a causas sociais e ambientais.
Em pesquisa realizada pela empresa recrutadora, apenas 56% dos entrevistados não aceitariam um salário mais baixo ainda que a empresa ofertasse flexibilidade e bom ambiente de trabalho. “A elevada oferta de vagas permite que estes jovens profissionais sejam exigentes, levando as empresas a avaliar e a rever os seus pacotes salariais”, afirma Puench.
Fonte: Pexels
Estaria a geração Z à pedir muito? Ou na verdade estão apenas à reivindicar o mínimo? Diferentemente dos Millenials, geração anterior à sua que cresceu meante expectativas de um futuro promissor, esses jovens nasceram em meio à crise; para eles os desafios são uma realidade próxima.
Se por um lado são realistas, por outro também possuem muita iniciativa e estão abertos à novas ideias e diversidade. A geração Z exige mais ética e condições flexíveis de trabalho, pois valorizam o seu bem-estar e buscam equilíbrio no trabalho e vida pessoal.
Tudo isso sem esquecer a tecnologia, que acreditam ser fundamental na experiência laboral, como a inteligência artificial, mas sem esquecer da humanização no ambiente de trabalho, que por a sua vez está a ajustar-se a tais exigências.
Ao observar esses movimentos, é possível dizer que as empresas estejam começando a reciclar o conceito das suas relações entre empregado-empregador a fim de atrair e reter talentos? Ainda estamos nesse processo de mudanças, mas a geração Z tem mostrado que as pessoas têm o poder de escolher o seu trabalho e não o inverso, como até então. É um capítulo excitante e um novo fluxo, benéfico a ambas as partes.