Foi num final de tarde primaveril que a eurodeputada conimbricense Lídia Pereira apresentou a sua mais recente obra, intitulada “Novas Liberdades”. O evento teve lugar nos jardins do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, na passada segunda-feira. Um livro que conta com o prefácio de Roberta Metsola, Presidente do Parlamento Europeu (PE), e posfácio de Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros.
Na sessão estiveram algumas personalidades da vida política nacional, desde vários ministros do actual Governo (Paulo Rangel, Manuel Castro Almeida, Fernando Alexandre e José Manuel Fernandes), o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e o ex-Presidente da República, Cavaco Silva.
“Novas Liberdades”, que sai agora à estampa, assume-se como um “contributo inconformado” que, ao longo dos últimos cinco anos (em que exerceu o cargo de deputada europeia), foram publicados em vários órgãos de comunicação social.
A sessão começou com a intervenção de Lídia Pereira, natural de Coimbra, que na mensagem inicial questiona o mundo que a rodeia: “que tempos são estes onde a ambição para o futuro é voltar às realidades do passado? Desde quando elegemos a resignação como estado de equilíbrio, o conformismo como regra e a mera manutenção das conquistas de outrora como suficiente?”. Este livro, diz, é “acima de tudo um exercício de observação, partilha e compromisso”.
Liberdade e ameaças
A obra está organizada em cinco temas: liberdade para legitimar, liberdade para ambicionar, liberdade para conservar, liberdade para viver e liberdade para sonhar. Em vários capítulos, a autora analisa as ameaças que actualmente se colocam à democracia, “e que são muitas”, sendo “necessário encontrar mecanismos que permitam legitimar os valores da democracia, da liberdade e do Estado de direito”, ante as guerras e as autocracias. Lídia Pereira salientou também a “liberdade para ambicionar” já que considera que que “precisamos de um País com crescimento económico e inovação”. “Só com prosperidade económica é que podemos ser verdadeiramente livres. Em Portugal este tema é particularmente sensível, porque ser um País marcado por salários baixos e crescimento estagnada. É hora de inverter essa tendência, e para isso é fundamental a Educação”, aponta.
A eurodeputada aludiu também à liberdade para conservar, lembrando que nos últimos cinco anos, no PE, dedicou-se às áreas da Economia e Ambiente, “e que são compatíveis”. Rejeita, por isso, “as agendas radicais que se opõem ao capitalismo e que nos tentam convencer que ambos não podem andar lado a lado. Por eu achar que a conservação ambiental não é um combate ideológico, é que considero que a solidariedade e sustentabilidade intergeracionais devem guiar a decisão pública e política”. Lembrou a necessidade de resolver desafios prementes, como a questão demográfica, o envelhecimento e o combate à corrupção, “essencial para libertar o futuro para as novas gerações”.
A Luís Marques Mendes coube a apresentação de “Novas Liberdades”, definindo Lídia Pereira como “uma jovem cheia de talento, com provas dadas nos últimos cinco anos no PE”. O comentador evocou o prestígio que a conimbricense tem em Portugal e lá fora, realçando o facto de ser, desde 2018, presidente dos Jovens do Partido Popular Europeu. “Além de tudo isto, demonstra um sentido de responsabilidade. Este livro exibe um pensamento e é um acto de prestação de contas, e uma forma de explicar aos eleitores o trabalho que fez no PE”, concluiu.
Ana Clara (Jornalista do “Campeão” em Lisboa)
Publicado na edição em papel do Campeão das Províncias de 18 de Abril de 2024