Programas de apoio à habitação são alvo de várias reclamações

No primeiro trimestre do ano, o Portal da Queixa recebeu várias reclamações dirigidas ao Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU).

O número de queixas subiu cerca de 600% face ao mesmo período do ano passado. Entre as principais falhas apontadas pelos portugueses estão “a demora na entrega de casas, longos atrasos no pagamento das rendas e falta de resposta”, indica a plataforma.

De acordo com os dados analisados, “a tendência de crescimento das reclamações começou a ganhar evidência em maio de 2023, observando-se ainda que, de 2022 para 2023, o IHRU aumentou em 373,3% o número de queixas registadas”. Foram 60 as ocorrências em 2022, e 284 em 2023. Actualmente, – e até ao dia 15 de Abril -, o instituto já recebeu 106 reclamações, o que corresponde a uma subida de 606,7%, já que, no período homólogo, foram apenas 15.

“Entre os apoios à habitação mais visados pelos consumidores, está o Porta 65 Jovem, o programa de apoio ao arrendamento jovem, a somar 34,4% das reclamações dirigidas ao IHRU”, adianta o Portal da Queixa. Segue-se o Apoio à Renda, “a ocupar uma fatia de 32,2% e o Apoio Extraordinário à Renda (criado para as famílias mais vulneráveis) a gerar 13,3% das queixas”. Já os problemas reportados no âmbito da Habitação Social geraram 5,6% dos casos relatados.

Por fim, no que diz respeito à resposta por parte do IHRU face a esta realidade, a plataforma esclarece que “os indicadores revelam baixos níveis de performance e reputação”. Isto é, “o Índice de Satisfação do IHRU está pontuado pelos consumidores em 16.3 (em 100), avaliado como ‘Insatisfatório’”. Além disso, na categoria “Entidades Públicas”, o instituto “é dos organismos mais reclamados no Portal da Queixa”, sublinha ainda.

Cátia Barbosa (Jornalista do “Campeão” no Porto)