A Câmara de Coimbra vai avançar com uma actualização do projecto de execução da via estruturante Santa Clara – São Martinho do Bispo, elaborado há cerca de 12 anos, afirmou a vereadora com o pelouro da mobilidade.
“Há projecto de execução elaborado, desatualizado, com 12 ou 13 anos, que carece de utilização”, disse a vereadora Ana Bastos, referindo que o Município prevê avançar com uma actualização desse mesmo projecto para a via estruturante, há muito projectada para a margem esquerda da cidade, mas nunca executada (está prevista no Plano Director Municipal desde 1994).
Para além da actualização do projeto, será necessário também elaborar a planta parcelar, com o mapa de expropriações necessários para a construção de tal via, acrescentou.
Ana Bastos respondia à vereadora do PS Regina Bento, que questionava o porquê de a Câmara ter apenas “70 mil euros inscritos” no Orçamento Municipal para 2024 associados a essa “obra estruturante”.
Segundo a vereadora com o pelouro da mobilidade, a verba diz respeito a essa necessidade de actualização do projecto e desenvolvimento da planta parcelar, vincando que, para o actual Executivo, esta é “uma via relevante” e está incluída nas suas prioridades.
“O que fizeram em oito anos? […] Eu sei porque é que o PS não fez nada, porque teve o mesmo entrave do actual Executivo – não há programas de financiamento para betuminoso”, vincou Ana Bastos, antevendo que a via entre Santa Clara e São Martinho do Bispo terá um custo mínimo de “10 a 15 milhões de euros”.
Nesse sentido, a vereadora, sem adiantar um ano para o avanço da obra, considerou que, como a via se desenvolve em dois troços “completamente independentes”, o objectivo do Executivo passa por avançar “com um dos troços”, deixando o outro “para uma segunda fase”.
Também face a uma questão de Regina Bento sobre o Anel da Pedrulha, Ana Bastos referiu que esse investimento teria um custo de “30 milhões de euros, a preços de 2010”, recordando que, também nesse caso, não há financiamento externo disponível.
Na sua intervenção, a vereadora socialista criticou também a ideia de se criar uma ponte rodoviária sobre o Mondego, defendendo, ao invés, uma aposta do Município no desenvolvimento do Anel da Pedrulha e da via estruturante entre Santa Clara e São Martinho do Bispo.
Na resposta, Ana Bastos voltou a defender a nova ponte rodoviária, realçando que a relevância daquele investimento já foi reconhecida pela Infraestruturas de Portugal (IP), que seria a responsável pela sua execução. “Não faz sentido politizar uma questão que é meramente técnica”, criticou.