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Salão Brazil em Coimbra dá palco a batalhas de rap da cidade e junta-lhes o jazz

29 de Fevereiro 2024 Jornal Campeão: Salão Brazil em Coimbra dá palco a batalhas de rap da cidade e junta-lhes o jazz

O Salão Brazil em Coimbra acolhe esta quinta-feira o evento “Das Ruas para o Palco”, uma noite em que as batalhas de rap que normalmente acontecem no skate park da cidade irão acontecer ao som de um trio de jazz.

O evento surge de um interesse mútuo entre o Jazz ao Centro Clube (JACC), entidade que gere o Salão Brazil, e o Roda ao Centro, evento que acontece todas as quintas-feiras, no skate park de Coimbra, onde a comunidade hip-hop da região se junta para batalhas de rap, contou à agência Lusa o director do JACC, José Miguel Pereira.

A iniciativa procura juntar duas comunidades – a de hip-hop e a do jazz – da cidade, numa ligação entre dois géneros que partilham “uma história comum”, salientou José Miguel Pereira.

Nesta noite de quinta-feira, de entrada gratuita, os participantes podem inscrever-se no local para a batalha entre oito MC (mestre de cerimónias) que irão competir, desta vez, ao som do trio de jazz que quinzenalmente se reúne no Salão Brazil para as chamadas ‘jam sessions’.

Os oito participantes irão lutar até à final, com o vencedor da noite a fazer, no final, um improviso, também ao som de jazz, explicou José Miguel Pereira.

Para além da competição de rap, haverá ‘spoken word’, ‘beat box’ e dança de hip-hop ao longo da noite, mostrando as diferentes linguagens associadas ao hip-hop, aclarou.

“Temos expectativas elevadas, até porque para muitos será a primeira vez que terão contacto com esta realidade, de partilhar palco com uma banda ao vivo, quando a realidade passa muito mais por performances com bases pré-gravadas ou com um DJ”, salientou.

Para o director do JACC, faz todo o sentido juntar as duas comunidades, já que são dois géneros “de carácter urbano” e que, no caso dos Estados Unidos, partilham uma história comum, com um diálogo constante entre os dois géneros (os ‘samples’ do hip-hop muitas vezes alimentam-se de músicas de jazz).

Segundo José Miguel Pereira, a noite de quinta-feira também poderá alimentar “projectos comuns que unam as duas comunidades”, considerando que há possibilidades de “trabalho colaborativo”.

José Miguel Pereira referiu que há outras entidades da cidade com interesse em “interagir com a comunidade do hip-hop” da cidade e o JACC irá procurar criar condições para esse trabalho colaborativo entre músicos “possa crescer”.

Questionado sobre a vontade de um maior destaque ao hip-hop na programação do Salão Brazil, o diretor do JACC referiu que a entidade está de “portas abertas” para receber mais propostas ligadas a este género musical.