Algumas centenas de agentes da PSP, militares da GNR e guardas prisionais realizaram ontem (19) um cordão humano em Coimbra, que terminou com uma concentração na Praça da República, numa acção por melhores salários que dizem ser “espontânea”.
Por volta das 21h30, algumas centenas de agentes das forças de segurança, acompanhados também por familiares, caminharam, com velas acesas nas mãos, até à Praça da República, no centro de Coimbra, numa acção que dizem ter sido espoletada pela vontade de terem melhores condições salariais.
Depois de estarem concentrados na Praça da República, os militares, agentes da PSP e guardas prisionais ergueram as velas acesas e cantaram o hino nacional.
“Isto não é nenhum protesto. Isto é um movimento espontâneo que visa um objectivo comum, que é vencimentos dignos para a profissão que temos”, disse aos jornalistas Orlando Machado, agente da PSP há 32 anos.
O polícia vincou que quem participou no cordão humano não é “contra nenhum Governo, associação ou sindicato” e que “cada um está por si”.
“Não estamos a exigir [nada]. Pretendemos apenas chamar a atenção à tutela para que olhe para estas profissões com valor”, vincou Orlando Machado.
Os elementos das forças de segurança têm exigido o mesmo tratamento que foi dado à PJ pelo Governo, que aprovou recentemente um diploma que regula a atribuição de um suplemento de regime especial de prestação de trabalho para os inspectores.
Segundo Cláudia Gomes, guarda prisional há 21 anos, a luta não é tanto por suplementos, mas por um aumento do salário base, que “tem de ser digno”.
“A nossa premissa é a dignidade dos nossos salários, porque os suplementos não contam para a reforma”, vincou, salientando que a mobilização surge a partir da solidariedade com o agente da PSP Pedro Costa, que decidiu começar uma vigília junto da Assembleia da República.
Para a guarda prisional, a mobilização em Coimbra mostra “o descontentamento” das forças de segurança e “a pouca dignidade” com que são tratados.
“Eu penso que a segurança deveria estar em primeiro lugar na cabeça de todos, seja do cidadão comum ou dos políticos”, vincou.
Também Fernando Couceiro, agente da PSP desde 1990, disse que “a remuneração [das forças de segurança] não é justa” e acusou o Governo de “desinformação” face aos valores dos salários que divulga.
“Queremos mostrar ao Governo que estamos unidos”, salientou, vincando que a acção hoje realizada procura mostrar “a força [das reivindicações], de forma organizada e civilizada”.