Um país com um quinto da população no limiar da pobreza, em estado de vulnerabilidade social e económica, é um país livre?
Um país aonde mais de 2 milhões de pessoas carece dos meios necessários para uma sobrevivência digna, é um espaço de liberdade?
Um país em que impera uma discriminação negativa na busca da felicidade, é espaço de dignidade?
Ou os pobres, como alguém há muito disse, são como sombra num quadro; proporcionam o contraste necessário?
Um país que está entre os cinco países da UE com mais pobreza entre quem trabalha, é um país com trabalho digno?
Um país aonde aumenta exponencialmente o número de pessoas em situação de sem-abrigo, é um país que preserva a dignidade da pessoa humana?
Um país em que sobe o número de imigrantes, idosos e sem-abrigo internados, por não terem para onde ir, é um país que dá sinais de civilização?
De que liberdade falamos quando cidadãos, em perda de liberdade, não querem abandonar os estabelecimentos prisionais, onde não faltam os bens essenciais que não conseguem adquirir em “liberdade”?
Acolhe com dignidade, um país onde os requerentes de asilo dormem em bancos do aeroporto?
Um país “em forma de assim” é qualificável como um Estado Social de Direito ou é um equívoco semântico?
Ou é, tão só, um país a arrastar os pés (com alpercatas, por ora), para usar uma expressão desagradavelmente polissémica e rapazola do verbo?
E há culpados?!…