A requalificação do Mosteiro de Seiça, na Figueira da Foz, que representou um investimento superior a 2,7 milhões de euros, vai ser inaugurada no dia 20 de Janeiro, anunciou o presidente da Câmara, Pedro Santana Lopes.
O autarca, que falava na reunião da Assembleia Municipal desta sexta-feira, salientou que o Mosteiro, classificado este ano como monumento nacional, representa “sérios desafios” para o Município, dando como exemplo a requalificação da área envolvente e a necessidade do edificado ter segurança 24 horas por dia.
Santana Lopes adiantou que o Município está a trabalhar no projecto de melhoria das acessibilidades, dinamização do edifício centenário e na requalificação do espaço circundante, onde deverá nascer uma residência de artistas.
“Pretendo uma inauguração que seja tão despojada quanto possível para as pessoas verem como é e como está o edifício”, disse o presidente da Câmara, acrescentando que o Executivo está em negociação sobre os terrenos circundantes.
Futuramente, segundo o autarca, será também tratada a questão de recuperação de algumas telas e da exposição de peças do seu acervo, já que uma parte do projecto de vivência pretende relacionar o monumento com a história de Portugal.
O Mosteiro, localizado num vale da freguesia de Paião, no sul do concelho da Figueira da Foz, junto à linha ferroviária do Oeste e ribeira de Seiça, teve origem na fundação da nacionalidade, embora o conjunto edificado actual seja dos séculos XVI e XVIII.
Com a extinção das ordens religiosas no século XIX, foi vendido a privados. No início do século XX até 1976 foi ali instalada uma fábrica de descasque de arroz, cujos vestígios foram analisados por uma equipa de arqueologia.
O Mosteiro de Seiça foi adquirido pelo actual presidente da autarquia na sua primeira passagem pela presidência da Câmara da Figueira da Foz (1997-2001).
As obras de requalificação foram consignadas em Dezembro de 2021 por 2,7 milhões de euros, comparticipados em 85% pelo programa Portugal 2020, com o Executivo de Santana Lopes, eleito pelo movimento Figueira a Primeira, a dar continuidade ao processo que vinha do anterior mandato do socialista Carlos Monteiro.
Relativamente ao património do concelho, o presidente da Câmara da Figueira da Foz falou ainda da “enormíssima responsabilidade” de requalificar o Paço de Maiorca, que “é um activo valioso” e se encontra em ruínas, depois de processos de requalificação mal sucedidos e que terminaram com um encargo financeiro para a autarquia de cinco milhões de euros, fruto de uma decisão judicial desfavorável.
Salientando que o Município aguarda um parecer do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) sobre a estrutura do edifício, o autarca frisou que brevemente vai ser necessário “decisões com toda a responsabilidade”, que deveriam envolver todas as forças políticas.
Na manhã desta sexta-feira, o Município da Figueira da Foz entregou 14 habitações a famílias carenciadas do concelho, no âmbito do programa de arrendamento apoiado.
Trata-se de habitações de tipologia T4, T3, T2 e T1, que foram entregues nas freguesias de Tavarede, São Pedro, Vila Verde e Alhadas. Segundo a vereadora Olga Brás, responsável pelo pelouro da habitação, em breve vão ser entregues mais nove fogos.
Os 23 fogos estavam devolutos e foram recuperados pela empresa municipal Figueira Domus, num esforço financeiro superior a 90 mil euros.