É frequente escutarmos diversas expressões em que o TEMPO se afirma como factor determinante no nosso quotidiano. Experienciando as várias vertentes da sociedade, em todas elas somos confrontados com a necessidade de acomodar o valor do tempo na avaliação que fazemos quando concebemos, planeamos ou executamos. Tornou-se fundamental numa era em que tudo acontece a uma velocidade estonteante, não nos deixando capacidade para quase respirar. São os tempos, dizem uns. Se não for assim, não dá, dizem outros. E poderíamos estar aqui um vasto período a citar expressões referentes a este sinal de capacidade e competência. Na minha opinião nem sempre é assim.
Em desenvolvimento económico, o TEMPO é determinante. Tornou-se actualmente um factor de competitividade decisivo. É costume afirmar-se que tempo é dinheiro e o que observamos na abordagem dos investidores, é que o dinheiro deixou de ser o valor mais importante na equação do investimento e o factor tempo passou a ser o que mais influencia na decisão de investir nos territórios.
Face às inúmeras fontes de financiamento que estão disponíveis, o facto de sermos competitivos na tomada de decisão em todos os momentos do processo, torna os territórios mais “amigos” do investimento.
A abordagem a que todos estamos expostos, seja directamente por investidores, por consultoras ou mesmo por instituições públicas na área de investimento, para além dos valores de aquisição ou arrendamento, da pré-existência de diversas infraestruturas, da capacidade de recrutamento de recursos humanos com ou sem habilitações técnicas, do ecossistema envolvente, o TEMPO de desenvolvimento das diversas actividades, tornou-se fator crucial na hierarquização das potenciais localizações do investimento.
Torna-se assim imperioso garantir prazos adequados para cada uma das actividades necessárias e obrigatórias. Numa conjuntura de grande competitividade territorial, o que verdadeiramente cria um nível de confiança entre quem pretende investir e quem tem a responsabilidade de atrair investimentos, são as garantias de um TEMPO adequado a cada uma das tarefas.
Mas este compromisso tem de ser bilateral. Não podem ser assacadas as responsabilidades apenas a um dos lados. As instituições têm a responsabilidade de criar mecanismos legais para ajustar os tempos de resposta, mas não devem ser objeto de censura, caso o promotor não proceda de forma adequada, nomeadamente, quando as equipas responsáveis não cumprem a sua função de forma correta e legal.
Em Coimbra, o Município aprovou uma proposta que visa dotar os serviços, com mecanismos de percepção sobre as propostas de investimento. Designou-a de Via Rápida para o Investimento. Trata-se de mais uma ferramenta, na afirmação de Coimbra, como um território que assume o desenvolvimento económico e social como uma prioridade clara e inequívoca.
Tratando-se de uma aposta de índole técnica, que surge na sequência de outras iniciativas que visam dotar a instituição de meios de decisão política mais célere, não deixa de ser uma ferramenta inclusiva, que deve ser partilhada com quem deseja investir em Coimbra e que quanto mais difundida for, mais interessante se torna, como elemento de ligação entre os interessados.
Por um lado, quem se propõe investir, deve em primeira circunstância saber se a sua proposta se insere nas condições pré-definidas e caso assim aconteça, exigir de todos os envolvidos, o cumprimento das premissas legais previstas. Na perspectiva de quem tem de analisar e enquadrar a proposta, a tomada de decisão deve consumir apenas o tempo necessário e o percurso no caminho crítico ser adequado.
Se todos os envolvidos tiverem a consciência da importância da sua função, o procedimento assumirá o TEMPO normal e ajustado a cada situação.
Termino esta crónica, com um desejo muito especial: que aproveitemos todos, a oportunidade que este tempo de Natal nos oferece, para reflectirmos no que podemos melhorar na nossa vida e na de outros. O que é que cada um de nós pode fazer para que o mundo seja um lugar melhor para viver e também para investir.
Coimbra the right place to be and to invest!
Excelente Natal para todos! Boas Festas!
(*) Doutorando e investigador