A Comissão Política do PS de Cantanhede considera Pedro Cardoso (PSD) como um “super-vereador”, ao passar a presidir à empresa municipal INOVA, substituindo Idalécio Oliveira nessas funções.
Esta maior visibilidade do vereador Pedro Cardoso é notada pelas estruturas socialistas de Cantanhede, a cerca de dois anos de eleições autárquicas e sabendo-se que a actual presidente da Câmara, Helena Teodósio, não se pode recandidatar por atingir o limite de três mandados consecutivos.
Os socialistas, reunidos no início desta semana para analisar a situação política actual em Cantanhede referem que “depois de Idalécio Oliveira ter pedido a renúncia às funções de presidente do Conselho de Administração da INOVA-EM, desde o dia 1 de Dezembro, Pedro Cardoso, vereador eleito pelo PSD, vice-presidente da Câmara e com competências delegadas nos pelouros de Educação, Cultura, Gestão urbanística e Ordenamento do território, Assuntos jurídicos e contencioso e Juventude, foi nomeado pela presidente da Assembleia-Geral da INOVA, Helena Teodósio, cumulativa e graciosamente para a presidência do Conselho de Administração da INOVA-EM”.
Sérgio Negrão, presidente da Comissão Política Concelhia do PS e vereador socialista na Câmara de Cantanhede, assume que “independentemente de não conhecer nenhuma parte específica do curriculum vitae de Pedro Cardoso, que garanta que detém as competências adequadas para execução da função de presidente do Conselho de Administação da INOVA-EM, a função em causa é de fulcral importância, técnica e política, na prossecução dos objectivos da existência de uma empresa como a INOVA-EM”. Posto isto, defende que “o lugar deveria ser acautelado por alguém que, pelo menos, tivesse a capacidade de o assumir em regime de tempo inteiro”. O líder socialista relembrou, ainda, que a INOVA-EM “só tem como função primordial a gestão do principal recurso do concelho, a água”.
Os socialistas realçam, ainda, que para além das funções acumuladas pelo vice-presidente, também Helena Teodósio, presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, acumula funções na CIM Região de Coimbra (vice-presidente) e enquanto membro do Conselho Directivo da ANMP.
Em jeito de conclusão, Sérgio Negrão remata com a seguinte preocupação e questão: “Certamente que os dias terão de ter 48 horas para alguns responsáveis políticos, caso contrário já sabemos quem ficará sem a devida ‘assistência’”. “Quase que dá vontade de perguntar se andámos a pagar vencimentos a quadros superiores quando não havia necessidade disso”, comenta, lembrando o caso da Chefe de Divisão da Cultura, que também deixou a Câmara de Cantanhede para rumar até à de Coimbra e não foi substituida na posição em causa”.
Na mesma reunião socialista ainda, o Orçamento municipal para 2024, aprovado por maioria com os votos contra dos vereadores do PS. “Mais uma vez os sectores da Agricultura e Turismo são claramente dois dos parentes pobres deste documento. Se lhe acrescentarmos os factos de, mais uma vez, não se ajustarem em baixa os impostos municipais e não se identificar a construção da ligação viária da estrada ER335-1, que, como projectada há mais de 20 anos, ligará a estrada nacional 109 à Zona Industrial da Tocha, inviabilizou-se a possibilidade de um voto diferente por parte dos vereadores socialistas”, conclui Carlos Sérgio Negrão.