Como socialista e cidadão livre é incontornável falar das candidaturas a Secretário-Geral do PS quando, tal como em todas as forças políticas, existe uma campanha que está na rua, nas sessões públicas, na comunicação social e nas redes sociais, na militância individual e colectiva do PS.
Não conheço pessoalmente Pedro Nuno Santos. Nunca me foi apresentado (e não teria de o ser), pois não cortejo seja quem for, à procura de protagonismo serôdio ou de prebendas. Tenho profissão (médico há 46 anos) e idade para usufruir da liberdade de expressão do pensamento.
Conheço José Luís Carneiro, apenas porque no final da última Convenção Autárquica de Coimbra, após moderar um debate sobre a destruição dos Hospital Geral Central dos Covões, veio ter comigo e disse-me: “Parabéns! Moderou com muita categoria!” Não é presunção, é um registo.
Não tenho ídolos personalizados, sendo os meus heróis aqueles que sofrem, sejam os doentes que ajudo, os desvalidos que só são lembrados no Natal, aqueles que não têm poder reivindicativo, aqueles que precisam de ajuda humanitária e muitas vezes não lhes é concedida.
Acredito que tanto Pedro Nuno Santos como José Luís Carneiro são excelentes candidatos para liderar o Partido Socialista. Ambos tiveram sucesso e ambos cometeram erros, como todo o Governo (casos, casinhos e casões), com uma frágil e demagógica oposição. Mas o que pretendo é um candidato que tenha mais condições para ganhar as eleições legislativas, por uma sociedade mais justa e solidária, em liberdade e democracia. Para vencer essas eleições, é preciso moderação (justiça social e contas certas), mas também é preciso carisma, empatia e a força dos ideais.
E uma vitória faz-se de arrojo e não de cinzentismo. Como foi a intervenção de Pedro Nuno Santos no Congresso do Partido Socialista na Batalha, que mobilizou a multidão de socialistas. Em 2 de Janeiro de 2023, publiquei um artigo no Diário as Beiras onde me identificava com Pedro Nuno Santos, “em nome dos desfavorecidos e do combate à desigualdade, dos direitos humanos e da promoção da qualificação, da competência e do rigor na defesa de quem não tem voz ou não tem poder de decisão, excepto pelo direito de voto”.
Sou um sobrevivente pré-25 de Abril, pela esquerda revolucionária, e sou militante do Partido Socialista há 25 anos, onde nem sempre sou estimado. Faço 15 intervenções (em média) em cada sessão da Câmara Municipal de Coimbra, onde sou Vereador, mas nunca serei yes-man de ninguém. E isso, não me é perdoado, pelo que tenho “direito” a remoques e à noite da má-língua.
Passados 54 anos de actividade política, continuo a fazer as minhas opções, de acordo com aquilo que eu penso e aquilo que eu sinto, tal como Fernão Mendes Pinto.
Agora, com uma prioridade. É preciso desmascarar o perigo para a democracia, que está em causa com o impacto público do partido Chega, constituído por fascistas do regime anterior, por promotores de atentados a partidos de esquerda no regime democrático, por descontentes com as perversões na democracia, por iludidos do contra pelo contra, por inocentes pela credibilidade do Salvador manipulador, por iletrados na sociedade e por jovens formados no privilégio e nas regalias. No aniversário dos 50 anos do 25 de Abril, não vamos entregar a democracia aos herdeiros da ditadura!
Respeito José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos. Como respeito todos os democratas, os cidadãos empenhados em causas solidárias, o povo que mais ordena.
Livremente, pela gestão socialista democrática e pelo futuro do país inteiro, apoio Pedro Nuno Santos para Secretário Geral do Partido Socialista e para Primeiro-Ministro de Portugal.
(*) Médico e vereador do PS na CMC