Coimbra  25 de Janeiro de 2025 | Director: Lino Vinhal

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Coimbra recebe casos urgentes da Figueira da Foz, Aveiro, Guarda, Viseu e Leiria

24 de Novembro 2023 Jornal Campeão: Coimbra recebe casos urgentes da Figueira da Foz, Aveiro, Guarda, Viseu e Leiria

A Direcção Executiva do SNS divulgou um novo plano de reorganização das urgências, que indica que 36 pontos vão funcionar com limitações nalgumas especialidades entre os dias 26 de Novembro e 2 de Dezembro.

Na região Centro, que tem 17 pontos na rede de urgência do SNS, as dificuldades verificam-se na Unidade Hospitalar de Viseu – Serviço de Urgência Polivalente nas especialidades de cirurgia geral e ortopedia (noites) e na Unidade Hospitalar da Guarda (ginecologia/obstetrícia e ortopedia, nalguns dias, e na cirurgia geral, medicina interna e Via Verde AVC durante toda a semana).

Na Unidade Hospitalar de Aveiro as dificuldades ocorrem da ginecologia, pediatria e cirurgia geral, em diversos dias, com os doentes atendidos em Coimbra, e em Águeda será no Serviço de Urgência Básica.

Já na Figueira da Foz serão as especialidades de cirurgia geral e ortopedia a terem limitações nalguns dias, com os doentes a terem de ser vistos em Coimbra.

Em Leiria haverá dificuldades nas especialidades de Ginecologia, Pediatria, Cirurgia Geral e na Via Verde Coronária nalguns dias (doentes atendidos em Coimbra) e no ACES Dão Lafões – Centro de Saúde de São Pedro do Sul será o Serviço de Urgência Básica a ter constrangimentos a 28 e 30 de Novembro, com os doentes a terem de ser atendidos em Coimbra.

Restruturação da rede de urgências é “absolutamente inevitável”

O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) considerou, esta sexta-feira, que a restruturação da rede de urgências é “absolutamente inevitável” e que o sistema de saúde tem de estar preparado para a ausência de acordo entre Governo e sindicatos.

“Temos de deixar de acreditar nesta falácia e que é possível regressar ao passado. A restruturação da rede de urgências é absolutamente inevitável. Temos de nos preparar para o cenário em que o acordo não aconteça e preparar-nos para reorganizar o sistema, nomeadamente as urgências, com as horas que temos e não com as horas que gostaríamos de ter”, disse Xavier Barreto em declarações à margem da conferência “Economia e Gestão – Capacitação/Inovação e PRR” que decorre na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

“O que faz sentido é olhar para os recursos que temos e reestruturar esses recursos. Isso poderá implicar concentração de serviços, poderá implicar a concentração de resposta em áreas metropolitanas e em algumas regiões. É um processo inevitável. Se concluirmos que numa determinada região não temos horas de uma determinada especialidade para assegurar o funcionamento de seis urgências, então fará muito mais sentido que se garanta o funcionamento não de seis, mas de três ou quatro em pleno, garantindo uma rede de transportes, garantindo reencaminhamento”, defendeu.

“E temos de nos preparar para um mês de Dezembro e para 2024 sem estas horas extraordinárias, reorganizando o nosso sistema de saúde e em concreto a rede de urgências com as horas que temos e não com aquelas que tínhamos no passado ou com aquelas que desejaríamos”, disse.

Para o presidente da APAH “é claro que não se pode correr o risco de começar a gastar o ‘plafond’ [de horas extra], esgotando-o a meio do ano e colocando novamente o sistema de saúde nesta situação”.