Figueira da Foz pode ter um porto europeu com futuro

Num conjunto de iniciativas simples o Porto da Figueira da Foz assinalou na passada segunda-feira, o 57.º aniversário da inauguração dos dois molhes delimitadores da barra, abrindo as suas portas à população.

Este ano, para além da iniciativa “O Porto vai à Escola”, que decorrerá durante o mês de Novembro, no final deste mês de Outubro (dias 29 e 30), realizaram-se duas iniciativas: No domingo, pelas 11h00, realizou-se uma visita guiada à área do porto comercial, em autocarro (gratuito), com o itinerário a iniciar-se junto à sede do Porto da Figueira da Foz, na Avenida de Espanha. Na segunda-feira, 30 de Outubro, à noite, realizou-se a cerimónia comemorativa do Dia do Porto da Figueira da Foz, no Museu Municipal Santos Rocha, na Figueira da Foz

Nesta cerimónia, depois da intervenção do presidente do conselho de administração, Eduardo Feio, que agradeceu a presença de todos, falou da importância do Porto da Figueira da Foz na estratégia portuária nacional, que tem estado “em crescente desenvolvimento”, mas que este ano regista um abrandamento devido às dificuldades do assoreamento, entre outras, salientando por outro lado que estão a desenvolver esforços para “dotar esta estrutura portuária com as melhores condições possíveis para integrar a rede global” para o tornar “um porto europeu com futuro” concluiu.

Também Gonçalo Viana, em representação da comunidade portuária, realçou os investimentos previstos para alavancar a competitividade do porto, justificando que “a oportunidade existe” e isso é “um desafio e um sinal de confiança”, lembrando que o porto precisa de “mais investimento” para duplicar o movimento e “reforçar a logística da região centro”.

Depois da intervenção de Anabela Tabaçó, vice-presidente da autarquia, foram visionados dois vídeos com mensagens de Pedro Santana Lopes que falou da colaboração e trabalho conjunto entre as duas instituições, para levar por diante novos projectos que dêem um ciclo novo ao Porto da Figueira da Foz. No outro vídeo, o Ministro das Infraestruturas João Galamba, felicitou o aniversário desta estrutura portuária congratulando-se por todas as conquistas que o Porto da Figueira da Foz tem alcançado, que movimenta mais de 450 navios por ano, defendendo um investimento sério que contribua para o desenvolvimento da região centro e do país.

Seguiu-se a pré-apresentação do livro histórico-documental do Porto da Figueira da Foz, da autoria de José Bernardes e Marco Penajoia, com a colaboração de vários organismos e do historiador Rui Cascão.

José Bernardes falou (justificando) de um livro que ainda não existe, mas que está em curso com a recolha de muita informação que mostra ao longo de décadas a perigosidade do porto, onde já se registaram mais de 150 naufrágios que levou à criação de um sistema defensivo da barra, havendo plantas topográficas de 1795 que apostavam no estreitamento do rio para minimizar o assoreamento e a sua perigosidade. Segundo explicou o figueirense e Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, o primeiro projecto e de Mouzinho Albuquerque em 1837 e o primeiro cais foi criado em 1842.

O outro co-autor do livro, Marco Penajoia, abordou evolução cronológica do porto, com os portos naturais/reentrâncias e serem os primeiros bem como o estuário do Mondego longo, que ia até Coimbra, cujo traçado ferroviário ao lado do rio, “tinha as estações do caminho de ferro como portos”. Este livro é importante porque vai relançar a história do porto com a história da Figueira da Foz” mas, por outro lado, é um livro que “servirá o interesse público” concluiu.