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Experiências turísticas em locais sagrados geram sentimentos de êxtase

10 de Outubro 2023 Jornal Campeão: Experiências turísticas em locais sagrados geram sentimentos de êxtase

Um estudo conduzido por investigadores da Universidade de Coimbra (UC) revelou que as experiências turísticas em lugares sagrados desencadeiam “sentimentos de êxtase, de vivenciamento de uma experiência única na vida”, na maioria dos turistas.

A equipa de investigadores escolheu o Santuário de Fátima como caso de estudo para compreender as experiências turísticas em lugares sagrados. Os resultados indicaram que a forte ligação ao lugar e a experiência memorável são dois dos aspectos mais marcantes para os visitantes deste local no Centro de Portugal.

Cláudia Seabra, docente da Faculdade de Letras da UC e investigadora do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território da UC, explicou que “as experiências turísticas em lugares sagrados são diferentes de outras experiências, porque trazem à maioria dos turistas sentimentos de êxtase, de vivenciamento de uma experiência única na vida, ao mesmo tempo libertadora e revitalizante, percepcionando a visita como importante e com grande significado pessoal”.

Actualmente, as peregrinações e visitas a locais sagrados mobilizam milhares de pessoas em todo o mundo. Em Portugal, peregrinações a Fátima e o Caminho Português de Santiago são exemplos notáveis que atraem tanto portugueses como turistas estrangeiros em busca de experiências memoráveis e únicas todos os anos.

Cláudia Seabra enfatizou a importância de compreender estas experiências para a gestão adequada destes lugares únicos. O turismo religioso, que tem como motivação a fé, busca pela espiritualidade e prática religiosa, é uma das formas mais antigas de fazer turismo, remontando às primeiras civilizações.

O estudo também aponta recomendações, incluindo a necessidade de organizações públicas e privadas criarem experiências que promovam o envolvimento na visita e a realização de actividades, bem como a proximidade com as comunidades locais.

Este estudo contou com a colaboração dos investigadores do Instituto Politécnico de Viseu: Carla Silva, José Luís Abrantes e Manuel Reis.