Os Municípios da Lousã e Miranda do Corvo e a Associação Empresarial da Serra da Lousã congratulam-se com a redução do preço das portagens na A13, mas criticam discriminação para veículos pesados.
Apesar de considerarem a medida positiva, as três entidades contactadas pela agência Lusa consideraram que não deveria haver uma diferença da redução do preço entre veículos ligeiros (30%) e veículos pesados (13%).
“Durante muitos anos andámos a reivindicar a redução das portagens na A13. Primeiro [o Governo] deixou a A13 de fora e depois criou um esquema muito estranho de descontos. Se estes 30% forem uma redução efectiva e não uma engenharia qualquer de descontos, é uma boa ajuda”, disse o presidente da Associação Empresarial da Serra da Lousã (AESL), Carlos Alves.
O responsável salientou, no entanto, que um desconto de apenas 13% para veículos pesados de mercadorias “é uma injustiça”, face aos custos de contexto das empresas sediadas no Interior.
“Não entendemos porque é que há esta discriminação. A redução é positiva, mas deveria ser igual para todos. [Desconto de] 30% face à inflação é bom, mas 13% já não é nada. Os 30% ainda ajudam a combater os preços dos combustíveis, os 13% apenas reduzem o prejuízo, mas não são um incentivo para que quem não passe pela A13 passe a passar”, criticou, antevendo que se irá continuar a ver muito trânsito de veículos pesados nas vias secundárias.
Inicialmente, o Governo anunciou que iria baixar em 30% as portagens em várias auto-estradas, entre as quais a A13 e a A13-1 (Pinhal Interior).
Posteriormente, o Ministério da Coesão Territorial corrigiu a informação, referindo que esta redução só é aplicável a veículos classe 1, sendo aplicado uma diminuição de 13% do preço para veículos das classes 2, 3 e 4, como veículos pesados de passageiros e de mercadorias, durante o período diurno, mantendo-se os valores actuais no período nocturno.
Para o presidente da Câmara da Lousã, Luís Antunes, a medida “é positiva”, relembrando que era há muito uma reivindicação dos municípios e associações do território.
No entanto, também o autarca considera que “seria ainda mais positiva” caso os veículos pesados também tivessem direito à mesma redução, para conferir “outra competitividade e atractividade à região”.
Também o presidente da Câmara de Miranda do Corvo, Miguel Baptista, considerou que “não deveria existir essa diferenciação”. No entanto, o autarca afirmou que a medida é positiva, recordando uma longa luta de todos os municípios da região para a redução dos custos na utilização da auto-estrada do Pinhal Interior.