O ponto da situação sobre o projecto da nova Estação ferroviária e intermodal de Coimbra será o tema de um debate, a 4 de Outubro, pelas 21h00, no Lufapo HUB, ao Loreto, promovido pelo movimento “Cidadãos por Coimbra” (CpC).
“Coimbra vai ter uma nova Estação ferroviária e intermodal, se o Governo, entretanto, não cortar esse investimento no orçamento das Infraestruturas de Portugal”, refere o CpC, que tem Jorge Gouveia Monteiro como coordenador.
Segundo este movimento de cidadãos, “Coimbra vai reforçar a ligação urbana e ecológica entre o centro da cidade e a sua entrada/saída norte e poente, se a Câmara Municipal não insistir em atravessamentos automóveis danosos para o Choupal”.
“Os cidadãos e cidadãs de Coimbra vão poder exprimir as suas opiniões sobre as opções do Plano de Pormenor em elaboração, se, entretanto, as decisões não forem sendo consumadas, nas costas da sua distracção e do seu alheamento”, considera o CpC.
O que está pensado
Recorde-se que o estudo que servirá de base para um plano de pormenor desenvolvido pela Câmara de Coimbra propõe uma estação num edifício em ponte, espaço para uma nova gare rodoviária (a actual está na avenida Fernão de Magalhães) e um repensar da ligação de toda a zona poente de Coimbra à zona central da cidade, nomeadamente à Baixa.
Joan Busquets propõe três edifícios (inicialmente eram dois), com alguma dimensão vertical e interessantes do ponto de vista arquitetónico, que sirvam como pontos de referência e de diálogo com o resto da cidade, sendo visíveis a partir da Fernão de Magalhães ou da Alta de Coimbra.
Esses edifícios, salientou, tanto poderão ser um hotel, como espaço de escritórios ou habitações.
O plano prevê uma ligação entre pequenos pontos de zonas verdes com a Mata Nacional do Choupal e um corredor verde por baixo do viaduto do IC2, na zona da Casa do Sal, tornando mais fácil a ligação pedonal ou de bicicleta à futura estação, que tanto poderá ser feita por essa zona como a partir do passeio ribeirinho, junto ao Mondego e que passa depois perto do Choupal, onde se prevê um outro aproveitamento do espaço público
O plano aponta também para um desvio do IC2 no futuro, para aliviar a zona da Casa do Sal, considerando que a intervenção agora proposta de um corredor verde entre aquele ponto e a Baixa, passando pela avenida Fernão de Magalhães, não precisaria de alterações caso a mudança do IC2 se concretizasse.
Esta intervenção naquela zona central, onde o carro está no topo da hierarquia, permitiria alterar aquela que é a distância física efetiva entre Coimbra-B e o centro da cidade e a distância percecionada pelas pessoas, promovendo a mobilidade suave, sustentou.
Para além disso, fica também reservado espaço para se desenvolver um “bairro” em torno da estação, constatou, sublinhando que esse desenvolvimento urbano onde a alta velocidade passa é algo que tem acontecido em várias cidades da Europa.
Joan Busquets imagina uma área urbana a crescer naquela zona, em torno de uma estação “de conexão fácil, confortável e com uma ligação contínua com a cidade”.