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Zero alerta para agravamento da qualidade da água nas praias nesta época balnear

11 de Agosto 2023 Jornal Campeão: Zero alerta para agravamento da qualidade da água nas praias nesta época balnear

A associação ambientalista Zero emitiu um alerta hoje sobre o agravamento da qualidade da água nas praias durante esta época balnear. Segundo a Zero, 28 praias já estiveram interditadas e dezenas tiveram banho desaconselhado ou mesmo proibido, levantando sérias preocupações sobre a saúde pública e o ambiente marinho.

Através de um comunicado, a Zero revelou os resultados da sua avaliação da qualidade das águas balneares nesta temporada, baseados nos dados fornecidos pelo Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos, comparando-os com o mesmo período em 2022.

Apesar de terem realizado a análise uma semana mais cedo este ano, a associação apontou para um agravamento significativo dos problemas. Segundo a Zero, há actualmente 658 águas balneares em funcionamento, mas um número considerável delas está a enfrentar dificuldades, uma situação mais crítica do que no ano anterior.

“O desaconselhamento ou proibição de banhos, mesmo que durante um curto período de tempo, afectou 29 praias, mais sete do que no mesmo período do ano passado”, afirmou a Zero.

Nestas áreas de banho, de acordo com a associação, as análises indicaram que pelo menos um dos dois parâmetros microbiológicos avaliados (Escherichia coli e Enterococcus intestinais) ultrapassou os limites nacionais estabelecidos tecnicamente.

Até ao momento, 28 praias foram efectivamente interditadas, o que representa um aumento de sete em comparação com a época balnear anterior. A Zero explicou que a maioria dessas interdições ocorreu devido à má qualidade da água, incluindo casos relacionados com obras de desobstrução da praia ou riscos de instabilidade nas arribas.

A associação também chamou a atenção para o facto de que 22 praias têm interdições registadas no Sistema de Informação, embora as razões não estejam especificadas, enquanto em seis praias, a informação foi amplamente divulgada apenas pela comunicação social.

As praias com o maior número de ocorrências de água imprópria para banho são ambas no Funchal: Poças do Gomes – Doca do Cavacas e Gorgulho, que tiveram três casos de desaconselhamento ou proibição de banhos, embora não tenha sido oficialmente declarada nenhuma interdição.

Além disso, quatro praias em Albufeira (Galé-Leste, Galé-Oeste, Inatel-Albufeira e Pescadores), e uma praia em cada um dos concelhos de Aljezur (Amoreira-Rio), Cascais (Duquesa), Matosinhos (Matosinhos) e Porto (Castelo do Queijo) apresentaram, cada uma, dois casos de desaconselhamento ou proibição de banhos.

Albufeira é apontada pela Zero como o concelho do país mais afectado em termos de praias com qualidade imprópria e/ou interdições, contabilizando um total de sete praias afectadas.

Apesar de algumas das zonas balneares afectadas apresentarem classificações excelentes, a Zero sublinhou a importância de averiguar as causas por trás desses episódios esporádicos que, de acordo com a legislação, podem não comprometer a qualidade global da água.

A Zero também denunciou a persistência de lacunas nas informações disponibilizadas no site da Agência Portuguesa do Ambiente, já que nem sempre os motivos das interdições das zonas balneares e os procedimentos dos delegados regionais de saúde são adequadamente esclarecidos.

A página da APA dedicada a comunicar desaconselhamentos e interdições da prática balnear é vista como um avanço na comunicação, mas a Zero afirmou que ela não está em conformidade com os dados do Sistema de Informação de Recursos Hídricos.

“Ainda mais preocupante, 41 águas balneares não têm quaisquer resultados de análises disponibilizados (6,2% do total)”, observou a associação.