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Misericórdia da Lousã vende antigo hospital à Fundação ADFP por 1,75 milhões

9 de Agosto 2023 Jornal Campeão: Misericórdia da Lousã vende antigo hospital à Fundação ADFP por 1,75 milhões

A Misericórdia da Lousã concretizou a venda do antigo Hospital de São João à Fundação ADFP por um valor de 1,75 milhões de euros, conforme anunciado por fontes da instituição.

A decisão de alienar o histórico imóvel à Fundação ADFP, sediada em Miranda do Corvo e liderada pelo médico Jaime Ramos, ex-deputado do PSD, foi tomada durante uma reunião da Santa Casa da Misericórdia da Lousã (SCML) realizada na segunda-feira (7). O edifício original do Hospital de São João foi construído no século XIX com doações privadas, lideradas pelo benfeitor João Montenegro, que fundou a Colónia Nova Louzã, no estado de São Paulo, Brasil.

A aprovação da venda foi obtida com uma maioria de 29 votos a favor, um voto contra e uma abstenção entre os sócios presentes na sessão. Parte dos recursos gerados pela venda, entre 400 e 500 mil euros, será direccionada para despesas imediatas, incluindo dívidas e compromissos, enquanto o restante montante será reservado para decisões futuras.

Um dos críticos da venda foi Amândio Torres, ex-secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, que expressou preocupação pela alegada falta de informação prévia aos membros da SCML sobre a proposta de compra, levando-o a votar contra.

A Fundação ADFP irá pagar à SCML um milhão e 350 mil euros no momento da assinatura do contrato de promessa de compra e venda, acrescido de 150 mil euros no acto de celebração da escritura, que deverá ocorrer no prazo de um ano. O restante valor, 250 mil euros, será pago em prestações anuais de 25 mil euros, a começar em 2025 e a ser quitado até 2035.

O antigo Hospital de São João, cujo interior foi desmantelado por uma empresa arrendatária, será destinado à Fundação ADFP para a instalação de uma unidade de cuidados continuados e outras valências na área da saúde.

A primeira parcela recebida pela SCML será utilizada para liquidar dívidas a trabalhadores e fornecedores, uma vez que o balanço financeiro de 2022 registou um saldo negativo de 167 mil euros.