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Médicos da região Centro iniciam greve em protesto por melhores condições

9 de Agosto 2023 Jornal Campeão: Médicos da região Centro iniciam greve em protesto por melhores condições

Os médicos da região Centro de Portugal deram início hoje a uma greve de dois dias, como parte de um movimento de protesto que inclui a paralisação das horas extras nos cuidados de saúde primários e uma greve nacional realizada no final de Julho.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM), responsável por convocar esta greve, expressa preocupação pelos eventuais constrangimentos que poderá causar, porém enfatiza a importância de garantir a qualidade, segurança e sustentabilidade financeira dos serviços prestados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), sem explorar “o trabalho desumano dos médicos”.

Esta greve regional no Centro de Portugal junta-se à paralisação de âmbito nacional que ocorreu no final de Julho, com uma adesão significativa de cerca de 90% nos hospitais e cuidados de saúde primários, de acordo com o sindicato.

Paralelamente, desde o dia 24 de Julho até 22 de Agosto, está em andamento uma greve às horas extraordinárias tanto nos cuidados de saúde primários quanto hospitalares.

O SIM justifica a necessidade destas acções grevistas com “anos de desinvestimento” no sector e a “insensibilidade do Governo”. O sindicato afirma que só após a greve nacional foi apresentada pela tutela uma proposta negocial por escrito, enfatizando que estas greves são um chamado de alerta para o que consideram um “colapso do SNS”.

Além da greve em curso, o SIM já agendou outra greve total dos médicos internos para os dias 23 e 24 de Agosto. Esta abrange todos os serviços e estabelecimentos de saúde onde estes profissionais actuam, com a garantia de serviços mínimos.

O objectivo central das greves é pressionar o Governo para uma resposta efectiva às reivindicações sindicais, incluindo a apresentação de uma proposta de grelha salarial pelos ministros das Finanças e da Saúde. Esta proposta deve reflectir a restituição das perdas salariais acumuladas ao longo da última década devido à erosão inflacionária, e deve posicionar de forma justa toda a classe médica, incluindo os médicos internos, na tabela remuneratória única da função pública.