Coimbra  24 de Janeiro de 2025 | Director: Lino Vinhal

Semanário no Papel - Diário Online

 

Coimbra defende eixo de alta velocidade que prevê menos demolições de casas

24 de Julho 2023 Jornal Campeão: Coimbra defende eixo de alta velocidade que prevê menos demolições de casas

A Câmara de Coimbra vai defender o eixo da linha de alta velocidade que passa por Taveiro e que prevê menos casas afectadas, propor alterações para reduzir outras demolições e recomendar um plano de expansão da Mata do Choupal.

No âmbito da consulta pública do projecto do troço de alta velocidade entre Oiã e Soure, a Câmara de Coimbra vai defender o eixo 3.2 em detrimento do eixo 3.1, na zona de Taveiro, por ser o traçado que terá menos impactos a nível social e ambiental no concelho de Coimbra, nomeadamente menos habitações expropriadas e demolidas, afirmou a vereadora com a pasta dos transportes, Ana Bastos.

Numa intervenção na reunião do Executivo, a vereadora salientou que a autarquia entende a alta velocidade como “um projecto estruturante e crucial ao desenvolvimento sustentado da cidade de Coimbra e da sua região”, mas que não deixará de propor alterações ao projecto para minimizar os impactos no território, referindo que os contributos e preocupações da população em sessões de participação pública no concelho serão também integrados no “parecer final da Câmara de Coimbra”.

Em Coimbra, o projecto de alta velocidade prevê, para além da linha de alta velocidade, a duplicação da Linha do Norte na entrada e saída de Coimbra e a construção de uma nova estação intermodal em Coimbra-B.

O projecto poderá atingir um total de 63 habitações no concelho de Coimbra, notou a vereadora, frisando que, como o projecto se encontra em fase de estudo prévio, será possível optimizar o traçado com “mais detalhe” para minimizar os impactos.

Nesse sentido, o Município vai apresentar um conjunto de propostas técnicas, sugerindo ajustes e alterações de traçado, assim como a revisão da localização de paragens ferroviárias para evitar a demolição de várias habitações, disse a vereadora.

A Câmara de Coimbra propõe ainda a adopção de medidas mitigadoras associadas à redução do ruído e um plano de renovação e de expansão para poente da Mata Nacional do Choupal, que será afectada pelo projecto.

Ana Bastos aproveitou o momento também para criticar “algumas forças políticas” que, “aproveitando-se da fragilidade e desespero das pessoas visadas”, designadamente pela duplicação da Linha do Norte, “vieram lançar contra-informação, defendendo a relocalização da futura estação da alta velocidade em Taveiro, num mero acto de populismo”.

A vereadora vincou que a duplicação daquela linha “será sempre uma necessidade” para melhorar a oferta de serviços regionais e urbanos, dando o exemplo do serviço entre Coimbra e Figueira da Foz, cujo percurso demora mais de uma hora, face ao congestionamento da Linha do Norte.

“A paragem da alta velocidade em Taveiro não responde à necessidade basilar de qualquer estação intermodal. É em Coimbra-B que confluem todas as formas alternativas de mobilidade, sendo ainda compatível com os modos ambientalmente sustentáveis, como o MetroBus, Rede Expresso, bicicleta, trotineta e deslocações a pé”, vincou.

A criação de uma estação de alta velocidade em Taveiro teria “impactos em dezenas de habitações em Ribeira de Frade e Casais” e aumentaria “os movimentos pendulares entre o centro da cidade e Taveiro”, constatou.

A vereadora vincou que, face ao impacto do projecto no concelho, o Município já assegurou que será elaborado um estudo socio-económico detalhado “para apoiar os trabalhos de expropriações”, para mitigar os impactos, “garantindo, sempre que desejado”, que os munícipes afectados possam “manter-se nos locais de origem”.

A Câmara de Coimbra irá também criar um gabinete de apoio à população, “munida de profissionais, designadamente da área social e jurídica, para apoiar o processo expropriativo”, acrescentou Ana Bastos.