Ser voluntário é ser humano, é beneficiar quem não usufrui dos direitos humanos, é trazer a ciência do tecido social, é receber loas de quem aprecia, é ultrapassar barreiras e desmotivações, é não soçobrar perante dificuldades, é não ceder às subversões em voluntariado.
Sentir-se bem consigo, fazendo o que lhe apetece, pode ser considerado importante, para o equilíbrio emocional pessoal, para a valorização do “ego” e estímulo de continuidade de acção, ou para uma filosofia de vida salutar. Ou pode ser entendido como pouco importante, por haver fontes de inquietude e instabilidade, pelo objectivo de aquisição de concepção e imagem externa qual ídolo de pacotilha, ou por ter uma perturbação depressiva descontrolada.
Cumprir uma missão útil, mesmo que ocasional, pode ser julgado importante, por ser um dever contributivo especial à sociedade, pela vontade de experiência inovadora e aventura, ou por compreender o reequilíbrio emocional. Ou pode ser tido como pouco importante, por ser considerado um sacrifício indesejado, por ter uma doutrina não relevada, ou por constituir um ato de inépcia.
Ser voluntário é ser solidário, pode ser definido como importante, pela concepção e realização de vida, por ser a valorização em saúde das pessoas como a saúde social, por ser um exercício da benemerência e prestação. Ou pode ser encarado como pouco importante, por haver subordinação de interesse alheio ao seu próprio interesse, pela ausência de generosidade, ou por doença ou incapacidade de praticar voluntariado.
Que os voluntários não tenham protagonismo serôdio ou bacoco e publicidade enganosa, pode ser reputado como importante, por vontade própria do voluntário, por não ser o objectivo das atitudes de beneficência, por ser despicienda a propaganda de serviços. Ou pode ser visto como pouco importante, por também trazer benefícios pessoais ou organizativos (fundos e prestígio), por não constituir uma descaraterização do voluntariado, ou por ser uma forma de comunicação social não deletéria.
Que as organizações de voluntariado não promovam fins indevidos, pode ser avaliado como importante, para a selecção dos beneficiários a ajudar ser adequada, por haver bons resultados da acção e sua credibilidade, ou pela valorização da acção social séria. Ou pode ser analisado como pouco importante, pelas más experiências anteriores e perda de sentido autocrítico, por interesses obscuros e capciosos, ou por extorsão e ilicitude a qualquer preço.
Não se faz voluntariado para resolver problemas pessoais (divórcio, luto, falta de afirmação), nem para animar a malta (por moda, vícios privados e públicas virtudes), nem para adquirir proventos financeiros em voluntariado compensado chorudo (sob capa de palavreado para iludir incautos).
Faz-se voluntariado para promover os direitos humanos (e nalguns casos, por caridade), para combater a desigualdade e o sofrimento humano, para beneficiar os destinatários sem recursos adequados, para melhorar embora sem mudar o mundo. Tendo direitos e deveres, por altruísmo, com alegria. Para ser feliz.
(*) Médico