O Município de Condeixa-a-Nova rejeitou “veementemente” uma das propostas de traçado da nova linha ferroviária de alta velocidade entre o Porto e Lisboa, contrapondo com o estudo de uma alternativa.
O parecer de Condeixa-a-Nova foi hoje aprovado em reunião extraordinária do Executivo municipal, rejeitando a proposta de traçado “por ser a que obriga a um maior número de demolições” e propondo “o estudo de uma nova alternativa, que evite demolir as construções existentes”, alega a Câmara..
“Um investimento desta natureza, estratégico para o desenvolvimento do país e para a descarbonização dos transportes, obriga naturalmente a alguns sacrifícios, sabemos que necessariamente terá impactos, mas cabe-nos defender a melhor solução para as nossas populações e para o nosso território, e no nosso entendimento é possível uma nova alternativa aos três traçados propostos que evite demolir as casas”, defende, Nuno Moita, presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova.
O autarca frisa que a Câmara Municipal “está ao lado das pessoas e disponível para trabalhar na defesa do interesse da população”.
“Seja nesta fase prévia, em que fomos ouvir a população em sessões de esclarecimento público e disponibilizamos todo o apoio necessário para que possa participar na consulta pública, quer posteriormente, no apoio e aconselhamento durante as expropriações de terrenos, para que sejam conduzidas com justiça e boa-fé”, argumentou Nuno Moita.
A nota camarária lembra que, até dia 31, estão em fase de consulta pública três alternativas de traçado da Alta Velocidade para o troço entre os distritos de Coimbra (Soure) e Aveiro (Oiã), atravessando, em Condeixa-a-Nova, as freguesias de Anobra, Ega e Sebal, tendo o Executivo municipal rejeitado “veementemente, a alternativa 2 do trecho centro, por ser a solução com maior impacto na população, nomeadamente através da demolição de um maior número de habitações e anexos, de equipamentos sociais, como a capela e a associação que são parte da identidade daquela população” dos lugares de Casal de Carrito e de Alvogadas.
Deste modo, a autarquia propõe que seja elaborado um “estudo de uma alternativa”, no sentido de “evitar demolir as construções existentes nas povoações de Alvogadas e Casal Seco”.
O parecer do Município de Condeixa-a-Nova defende ainda que, na fase de desenvolvimento do projecto de execução, sejam feitos “novos estudos acústicos e de vibração, de modo a garantir que são adoptadas todas as medidas de minimização do ruído e de vibrações nas áreas urbanas, mas também em áreas de grande sensibilidade ambiental como é o Paul de Arzila” e actualizada a cartografia base.
No mesmo parecer, a Câmara Municipal “reclama um conjunto de compensações como contrapartida para os impactos no território provocados pelo atravessamento da linha de comboio, sem que haja um acesso efectivo da população à nova infra-estrutura”.
“A execução do protocolo para a melhoria de acessibilidade do Itinerário Complementar 2, o apoio à construção da expansão do Sistema de Mobilidade do Mondego na ligação Coimbra – Condeixa-a-Nova e o reforço das verbas a transferir para o Município destinadas a assegurar o financiamento dos serviços públicos de transportes de passageiros”, são algumas das compensações defendidas pelo Executivo liderado por Nuno Moita.