Pelo segundo ano consecutivo, a Feira do Livro de Coimbra realizou-se na Praça do Comércio “alinhando-se com a política de reanimação da Baixa preconizada pela Câmara Municipal”, refere a autarquia.
“A edição de 2023 distinguiu-se pelo envolvimento das entidades culturais locais, colocando a tónica programática na palavra, o que contribuiu para uma programação eclética e participada, afirmando-a como um espaço de reflexão, de disseminação de conhecimento e de exercício de uma cidadania activa, expressando-se num espaço verdadeiramente democrático em que o livro foi o ponto de partida e de chegada. Auscultados pela organização do evento, a maioria dos expositores contabilizou um aumento efectivo da venda de livros relativamente a edições anteriores da Feira” – refere a Câmara.
De acordo com o Município, “durante os 10 dias de Feira deslocaram-se milhares de pessoas à Praça do Comércio, assinalando-se a heterogeneidade de públicos motivados pela programação. Destaca-se – em relação aos anos anteriores – a crescente presença de público jovem (motivado pela programação performativa) e de público proveniente de outros países de língua oficial portuguesa, residente em Coimbra, sensibilizado pelo Ciclo da Cidadania da Língua”.
O dispositivo espacial incluiu 40 stands (limite máximo possível para o recinto em causa) e 43 participantes (vários módulos tinham vários expositores), com o evento a acolher os principais grupos editoriais nacionais, bem como editoras e representantes de menor escala e vários livreiros e alfarrabistas de Coimbra.
Neste ano comemoram-se os centenários de várias personagens ímpar da cultura portuguesa. A programação da Feira do Livro assinalou vários desses centenários, desde logo de Eduardo Lourenço. O professor e filósofo português, que desenvolveu uma grande ligação com Coimbra, foi homenageado com a obra de arte urbana da artista Aheneah, patente na Praça do Comércio, comprovando a abrangência artística da programação através das artes visuais. Ainda no âmbito das comemorações de centenários assinalaram-se na programação os legados de Eugénio de Andrade, de Natália Correia e de Mário Cesariny.
A Biblioteca Municipal de Coimbra, também ela centenária em 2023, contribuiu com uma programação vasta para a Feira do Livro, destacando-se o trabalho desenvolvido no âmbito da programação infantil, assim como a dimensão pedagógica transversal à sua ação, atraindo crianças e famílias para o espaço da Feira.
No âmbito da programação associada ao conhecimento, foram promovidas várias apresentações de livros e encontros com autores onde se destacaram nomes como Vicente Alves do Ó, José Gomes Mendes, Ruth Colaço, Rui Couceiro, Mauro M. Nakamura, Bruno Paixão, Isabel Stilwell e Afonso Cruz.
A música de Coimbra, patrocinada pela Fundação INATEL, foi também um sucesso. A plateia ficou repleta para ouvir o Coro Alma de Coimbra, os Guitarrinhos do Mondego e Toeira Trupe e o Quarteto Alva, fortalecendo-se, desta forma, a relação com ecossistema cultural local. No âmbito da Música e Performance a programação foi composta por “mestres da palavra” provenientes de vários géneros musicais e correntes artísticas.
O presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, anunciou o desejo de fazer crescer a Feira do Livro de Coimbra a outros espaços da Baixa, justificando o não crescimento nesta edição devido aos constrangimentos financeiros. O sucesso do evento pode ser medido através de uma avaliação transversal manifestada por vários agentes que mencionaram que a Praça do Comércio já se torna pequena para a dimensão do mesmo.
Enquanto parceiros de produção, a Feira contou com a Agência para a Promoção da Baixa (através da sensibilização e do envolvimento dos comerciantes da Baixa para o evento) e com a Associação de Doceiros de Coimbra (com a contribuição diária das iguarias doceiras de Coimbra para o catering).