Os quatro concertos dos Coldplay, em Coimbra, originaram um retorno económico directo de 36 milhões de euros, tendo em conta o montante de despesa média de 180,14 euros dos 200 mil espectadores.
Segundo o “Estudo de Impacto Económico” produzido pela Coimbra Business School / Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (CBS/ISCAC), os quatro concertos da banda britânica Coldplay, ocorridos nos dias 17, 18, 20 e 21 de Maio, no Estádio Cidade de Coimbra, originaram uma despesa total de 36 milhões de euros por parte dos 200 mil espectadores (tendo em conta o montante médio de 180,14 euros).
Os dados utilizados no estudo centraram-se em inquéritos nas imediações dos concertos e ainda na disponibilização de formulários (através de QR-Code) junto aos hotéis da cidade; bem como em dados facultados pela Sociedade Interbancária de Serviços (SIBS) e pela UNICRE – Instituição Financeira de Crédito, SA (UNICRE).
O estudo foi dado a conhecer pelo presidente da Câmara Municipal (CM) de Coimbra, José Manuel Silva, na Assembleia Municipal desta quinta-feira.
“Sabendo que os espectadores nos quatro concertos rondaram os 200.000, atendendo ao montante de despesa média evidenciado pelos inquiridos (180,14 euros), poderemos extrapolar uma despesa total realizada de 36.028.228 euros”, conclui o “Estudo de Impacto Económico” dos quatro concertos dos Coldplay produzido pela CBS/ISCAC.
O estudo utilizou dados resultantes de fontes primárias e secundárias. No primeiro, incluem-se os resultados de um questionário (em português e em inglês), realizado nos quatro dias dos concertos, nas imediações do Estádio Cidade de Coimbra; bem como a disponibilização de um formulário (através de QR-Code), junto aos hotéis da cidade, na semana de 15 a 21 de Maio. Foram validados 229 questionários, referentes a 1.665 espectadores.
“Com este questionário, embora composto por apenas 7 questões, pretendeu-se conhecer o perfil dos espectadores, quer quanto à idade, quer quanto à proveniência geográfica, como ainda como ao montante e ao tipo de consumo que pretendiam realizar, nomeadamente em matéria de alojamento e de restauração”, explica o estudo.
Os que responderam ao questionário foram repartidos entre nacionais e estrangeiros, sendo que os nacionais foram distribuídos pelos vários distritos de origem. E, nesta repartição, foram considerados os seguintes indicadores: “Número de espectadores, tanto em termos absolutos como em termos relativos”; “Despesa realizada, tanto em termos absolutos como em termos relativos”; e “Despesa média individual por distrito”. O estudo abordou ainda ao número de espectadores que pernoitaram e o número de espectadores que recorreram a serviços de restauração.
No que concerne ao “Número de espectadores, tanto em termos absolutos como em termos relativos”, o estudo conclui que “os espectadores realizaram uma despesa média de 180,14 euros, sendo que existe alguma variabilidade em função do distrito de proveniência, com um mínimo de 107,94 euros para os espectadores do distrito de Coimbra e de 349,55 euros para os espectadores provenientes do distrito de Bragança, o que facilmente se explica pela distância geográfica”.
Quanto ao número de pernoitas, foi possível apurar que “os espectadores que pernoitaram realizaram uma despesa que corresponde a mais do dobro dos espectadores que não pernoitaram”. Já relativamente ao “recurso a serviços de restauração”, apurou-se que “os espectadores que recorrem a serviços de restauração apresentam um nível de despesa 55% superior à daqueles que não recorrem a este tipo de serviços”.
Nas fontes secundárias “foram tratados os dados facultados pela SIBS, referentes às transações realizadas na respectiva rede, no concelho de Coimbra, na semana de 15 a 21 de Maio de 2023, os quais foram comparados com os dados referentes à semana homóloga do ano anterior” e também “os dados facultados pela UNICRE, relativos às transações realizadas na respectiva rede, na semana de 16 a 21 de Maio de 2023, os quais foram também comparados com os da semana homóloga”.
Através da análise dos dados fornecidos pela SIBS é possível concluir que “o número de operações na rede SIBS aumentou, relativamente à semana homóloga, em 20,52%, enquanto o valor das operações acresceu em 9,37%”; para além de se constatar a “preponderância do distrito de Coimbra, tanto no número como no valor das transações”.
Quanto aos valores da UNICRE, “assinala-se o acréscimo observado na semana de realização dos concertos, relativamente à semana homóloga de 2022, tanto no número (15,63%) como no volume de transações realizadas na rede (8,37%)”. “Esse acréscimo foi particularmente expressivo nos sectores da hotelaria e da restauração, respectivamente de 34,64% e de 52,94%, no que se refere ao volume de transações”, acrescenta o estudo.
Estes dados, apresentados pelo presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, na Assembleia Municipal desta quinta-feira, 29 de Junho, “denotam o efeito benéfico que a realização dos quatro concertos dos Coldplay teve para Coimbra e para a região, com especial incidência nos sectores da hotelaria e da restauração”, refere a autarquia.
“Durante quase uma semana, Coimbra foi a capital do país”, referiu José Manuel Silva, salientando que os quatro concertos dos Coldplay “projectaram Coimbra a nível nacional e internacional”. O presidente da autarquia acrescentou ainda que o impacto mediático ainda não foi avaliado, o que poderá acrescentar ainda mais valor a este “mega-evento”.