O Hospital Arcebispo João Crisóstomo (HAJC), em Cantanhede, pretende ter sete camas destinadas ao internamento de doentes agudos no Hospital.
“Aquilo que nos parece e que está, aliás, previsto no plano de negócios que desenvolvemos para integração do Hospital Arcebispo João Crisóstomo no CHUC [Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra] é a abertura de sete camas de uma unidade de Medicina. É uma unidade de Medicina Interna que é uma unidade de agudos”, revelou, à agência Lusa, a presidente do Conselho Directivo do HAJC, Diana Breda.
De acordo com esse plano de negócios da fusão do Hospital de Cantanhede no CHUC, a abertura destas sete camas representaria uma “vantagem económica significativa”, que se traduz numa “redução de 700 mil euros de custos por ano e de quase 300 doentes que poderiam ser internados nestas sete camas de Medicina em proximidade com as pessoas”.
De acordo com o Hospital, o concelho Cantanhede tem um índice envelhecimento de 269,3 para cada seis jovens, sendo que o índice nacional é de 182,1. Por isso, é uma população que exige uma “atenção diferente”.
O HAJC já tem disponíveis as sete camas instaladas no piso 1, local onde fica a unidade de convalescença, no entanto, necessita de enfermeiros e assistentes operacionais, que, no âmbito da fusão no CHUC, poderiam ser, de outra forma, “geridos e flexibilizados”.
O público-alvo da unidade de Medicina Interna são doentes crónicos em fase de descompensação com uma severidade média.
Os doentes internados neste hospital podiam usufruir do projeto “Hospital Amigo dos + Velhos” com, designadamente, a possibilidade utilizarem o espaço de reabilitação.
“Idosos descompensados de doença aguda poderiam ser internados aqui com todas as vantagens – estavam mais perto da família, tinham um contexto mais protegido, de um hospital mais pequeno”, sustentou, Diana Breda.
A presidente do Conselho Directivo do HAJC referiu também, que uma das inovações a introduzir no Hospital passa pela articulação com os cuidados de saúde primários, com a possibilidade de referenciação directa para internamento, pelos médicos de família, evitando a deslocação à urgência. “Isso parecia-nos muito importante aqui para esta população”, frisou.
Esta unidade de Medicina Interna proporcionaria internar uma pessoa idosa da consulta externa e do Hospital de Dia, se precisasse.
Diana Breda recordou que, durante a pandemia, provocada pela covid-19, o HAJC deu apoio a hospitais da região no internamento de doentes não-covid, fruto de uma articulação com a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC). O Hospital criou uma unidade de Medicina Interna com estas sete camas para doentes agudos, tendo recebido utentes dos hospitais de Coimbra (CHUC), de Aveiro e da Figueira da Foz.