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Norte e Sul da Península Ibérica levam espectáculos e oficina ao Teatrão de Coimbra

13 de Junho 2023 Jornal Campeão: Norte e Sul da Península Ibérica levam espectáculos e oficina ao Teatrão de Coimbra

O Norte e o Sul da Península Ibérica vão marcar presença, ao longo de cinco dias, no Teatrão, com dois espectáculos e uma oficina em interpretação teatral, revelou hoje aquela companhia de teatro de Coimbra.

A companhia de teatro de Coimbra destacou que, de quinta-feira e até segunda-feira, “o Norte e Sul da Península Ibérica unem-se na Oficina Municipal de Teatro”.

Para assinalar esta união, a primeira proposta chega na quinta-feira, com o espectáculo “Já Morri Mais Vezes do Que Aquilo Que Devia”, pela Krisálida, a companhia de teatro de Caminha fundada em 2014.

“A Krisálida é uma associação cultural do Alto Minho que se foca em criar espectáculos maioritariamente originais, que resultam de uma investigação profunda e que nos movem de forma a despoletar o pensamento crítico e o debate de problemáticas sociais”, descreveu.

Segundo o Teatrão, estará em cena uma reflexão pelo actor, encenador e dramaturgo Pedro Fiúza, que é natural do Fundão, onde nasceu em 1980.

“A criação da Krisálida parte de uma família enredada em segredos e mentiras para fazer uma reflexão sobre como a nossa imagem social está tão embrenhada na nossa vida que a nossa sobrevivência parece depender dela”, acrescentou.

Já no domingo, os sevilhanos da Homero Teatro – grupo teatral com um elenco composto maioritariamente por pessoas com deficiência visual – levam a cena “La Clase Muerta”, a partir do texto original de Tadeusz Kantor.

Escrito na segunda metade da década de 1970, acabou por tornar-se “um dos textos mais bem-sucedidos do artista, tendo já sido representado mais de 1.500 vezes pelo mundo fora”.

“O que os sevilhanos da Homero Teatro trazem de novo a este texto é uma interpretação e encenação modernas que nos colocam perante uma turma composta por idosos que se agarram às memórias da sua juventude, numa tentativa exasperante de reviver tudo o que já foram. Kantor impõe-se como o mestre de uma ladainha absurda que os patéticos alunos repetem ou esquecem numa espiral infinita”.

De acordo com o Teatrão, esta peça “trata da passagem do tempo, aborda a morte e a crueldade de uma infância particular, com fantasmas carnais que brilham com pinceladas de humor e emoção no meio da escuridão”.

“O espetáculo ‘La Clase Muerta’ vem no seguimento da apresentação de ‘O Senhor Biedermann e os Incendiários’ – a última criação no âmbito do projeto A Meu Ver –, no contexto de uma programação que vai ao encontro das linhas de acção desta iniciativa. A sessão inclui audiodescrição e legendagem”, referiu.

A união entre norte e sul da Península Ibérica propõe ainda, na segunda-feira, uma oficina de interpretação teatral da Homero Teatro, para a qual se inscreveram duas dezenas de pessoas.

Gonzalo Validiez, diretor da companhia espanhola, irá coordenar “Actuar ‘con’ lo Genuíno”, uma oficina para pessoas, com e sem deficiência, com interesse em interpretação teatral.