Nuno Madeira, psiquiatra do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e investigador no Coimbra Institute For Biomedical Imaging and Translational Research (CIBIT) da Universidade de Coimbra, foi agraciado com o prémio FLAD Science Award Mental Health 2023, no valor de 300 mil euros. O projecto premiado, intitulado “BS2C | Non-invasive Brain Stimulation for Social Cognitive impairment in Schizophrenia”, propõe uma abordagem inovadora para o tratamento dos sintomas cognitivo-sociais da esquizofrenia.
O projecto será realizado em colaboração com o Biological Affect Modulation Lab da University of Pittsburgh, School of Medicine, e tem como objectivo testar um protocolo de tratamento não invasivo utilizando estimulação magnética transcraniana. O ensaio clínico procura desenvolver uma terapia eficaz para a disfunção cognitiva social associada à esquizofrenia, sem a necessidade de internamento hospitalar ou outros procedimentos complexos. O resultado poderá levar, num futuro próximo, à disponibilização dessa arma terapêutica para pessoas com esquizofrenia em Portugal e em outros países.
Nuno Madeira expressou a sua satisfação com o reconhecimento do prémio: “Este prémio valoriza um trabalho de investigação clínica ao longo de uma década, realizado por uma equipa multidisciplinar que envolveu médicos, engenheiros biomédicos e outros profissionais de saúde, muitos deles pertencentes ao Centro de Responsabilidade Integrada de Psiquiatria do CHUC. Graças ao apoio da FLAD, poderemos realizar um ensaio que testará a eficácia deste tratamento de estimulação cerebral na melhoria das dificuldades cognitivas sociais enfrentadas por muitas pessoas com esquizofrenia.”
O FLAD Science Award Mental Health é um apoio inédito a jovens investigadores em Portugal que visa desenvolver novas linhas de investigação clínica em Saúde Mental, desde a prevenção até ao tratamento e à reabilitação. Este prémio, uma iniciativa anual, financia jovens investigadores com projectos de mérito em colaboração com centros de investigação nos Estados Unidos, totalizando 300 mil euros ao longo de 3 anos. A iniciativa conta com o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.