Câmara de Soure coloca reservas a nova exploração avícola no concelho

A Câmara Municipal de Soure expressou a sua discordância em relação à proposta de uma nova exploração avícola na Quinta da Corujeira e alertou que a construção prejudicaria o património paisagístico do concelho.

“A pretensão poderá afectar negativamente o património paisagístico do município de Soure, pois expõe, em esquema de anfiteatro, toda a exploração avícola em zona de enquadramento florestal”, destacou a autarquia num parecer emitido no âmbito da consulta pública do “processo de licenciamento único ambiental”.

No último dia da consulta, em 11 de Maio, a Câmara Municipal, presidida por Mário Jorge Nunes, comunicou à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a sua posição sobre o projecto, que planeia criar seis postos de trabalho na fase de exploração, numa propriedade com uma área total próxima de 706 mil metros quadrados.

Dessa extensão de terreno, quase 15 mil metros quadrados na freguesia e concelho de Soure “serão afectos à implantação de dois núcleos de produção avícola”, com cinco pavilhões cada, segundo o parecer.

Algumas das reservas do município em relação ao empreendimento, conforme consta na proposta da empresa Meigal – Construção e Administração de Propriedades, resultam da “configuração topográfica do local onde se pretende implantar a exploração”.

A autarquia questiona um “agravamento da exposição da implantação através da criação de taludes”, bem como a “dimensão da frente edificada em contexto natural”.

No documento enviado à APA, a autarquia também alertou que “a proposta é omissa, nesta fase de consulta pública, em relação à previsão do fluxo automóvel, aos circuitos expectáveis e ao tipo de veículos associados a cada transporte”.

“No sopé da encosta da Corujeira, está implantado o caminho municipal 1119, um dos principais acessos à vila de Soure”, ressaltou.

Mário Jorge Nunes manifestou “alguma preocupação” com o impacto do aumento previsível da circulação automóvel na rede viária municipal e na qualidade de vida dos cidadãos.

A instalação avícola, de acordo com a proposta, destina-se à postura de ovos de galinhas reprodutoras em regime intensivo, com uma capacidade de 80.360 lugares, para 72.324 galinhas e 8.036 galos.

A consulta pública decorreu ao longo de 20 dias úteis