Vida e obra de Sá de Miranda em análise na Casa Municipal da Cultura

A Casa Municipal da Cultura acolhe, dia 17, às 16h00, a acção de formação “Sá de Miranda reaparecido: uma nova edição de toda a Poesia”, com o investigador José Camões. A sessão, integrada no programa de centenário da Biblioteca Municipal de Coimbra, decorre na Sala Sá de Miranda, num diálogo pelo pensamento e universo poético de Sá de Miranda, conduzido por José Bernardes.

Nesta acção, que se enquadra nas Quartas do Centenário, vão abordar-se, a contextualização da figura e a obra de Sá de Miranda no quinhentismo português, a identificação das principais correntes estéticas e doutrinárias que assinalam a época da expansão africana e asiática, a reconstrução do processo de escrita, a circulação de textos poéticos na primeira metade do século XVI e a delimitação dos problemas e das fases do processo de edição moderna de textos quinhentistas.

Para esta sessão, que é uma organização conjunta da Câmara Municipal de Coimbra, através da Divisão de Bibliotecas e Arquivo Histórico e do Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra, com a associação Nova Ágora – Centro de Formação de Associação de Escolas, os interessados deverão inscrever-se através do endereço biblioteca@cm-coimbra.pt. (inscrições limitadas à capacidade da sala).

Sá de Miranda, natural de Coimbra (1481-1558), foi grande influente na corte de D. João III, retirou-se para o Alto Minho, onde viveu a última parte da sua vida, tendo falecido em Amares. A pedido do príncipe D. João (pai de D. Sebastião), de lá enviava os seus manuscritos, que refazia constantemente. Testemunha de uma época de grandes mudanças (resultantes do comércio asiático), Miranda assume-se não apenas como poeta, mas também como pensador e como referência de honradez e austeridade. Em epístolas, éclogas, elegias e outras composições, exprimiu, insistentemente, os seus receios face à descaracterização moral que afectava o reino.