A música e outras expressões da cultura popular regressam a Vila Nova, concelho de Miranda do Corvo, de 1 a 3 de Setembro, para o 12.º Folknova – Festival de Saltamontes, que reúne artistas nacionais e estrangeiros.
O director do Folknova, João Branco, disse hoje que o programa inclui, no segundo dia, a “estreia absoluta” do Ricardo Grácio Trio, lançado por aquele multi-instrumentista da zona de Coimbra.
Ricardo Grácio integra a Brigada Victor Jara, histórica banda nascida na Lousã, distrito de Coimbra, em 1975, um ano após o 25 de Abril, no contexto das campanhas de dinamização cultural do Movimento das Forças Armadas (MFA) e que actua também em Vila Nova, no dia 3 de Setembro.
“Com este festival de música folk, pretendemos recuperar o nosso património cultural. Acabámos por aproveitar um movimento internacional de valorização das tradições”, declarou João Branco.
O evento foi fundado por José Reis Godinho, antigo presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova, falecido em 2013, na esteira do movimento europeu que visava a “preservação da herança celta e do património galaico-português”, recordou.
O programador salientou que, actualmente, o Folknova assume-se como festival de música, mas agregando outras vertentes da cultura popular, “muito ligado à sustentabilidade, à ecologia e à valorização das tradições e do património rural”.
“Temos ainda muito trabalho a fazer em termos de sustentabilidade ambiental”, sublinhou.
O grupo francês Loubelya e o trio do acordeonista Nuno Carpinteiro, de Setúbal, o quarteto Cindazunda, de Coimbra, e o DJ de folk Catadiscos completam a lista na primeira noite do festival, naquela povoação da Serra da Lousã.
No segundo dia, o Set Raia, projecto instrumental liderado por Tó Zé Bexiga, e os franceses Man Encantada juntam-se em palco ao Ricardo Grácio Trio, aos galegos da banda Sigabailando, de Sérgio Cobos, e ao DJ Gaiteirinho.
A Brigada Victor Jara, de Coimbra, o Folky Balboa, do Porto, e o Balsol, de Setúbal, são os grupos que abrilhantam, no dia 3, o serão derradeiro desta edição do festival.
Segundo João Branco, “o cancioneiro popular português continuará sempre” em futuras edições do Folknova, mas os promotores têm vindo a optar por uma certa “abertura às danças europeias”, procurando também introduzir na programação exposições, literatura, artesanato, gastronomia, caminhadas, artes circenses e teatro de rua.
“Tentamos ser um bocadinho mais eclécticos em termos artísticos”, referiu.
O Folknova é actualmente uma iniciativa conjunta do Centro de Animação Desportiva e Cultural (CADEC), Junta de Freguesia de Vila Nova e município de Miranda do Corvo, com apoio dos Baldios de Vila Nova.