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Subida das taxas na gestão dos resíduos preocupam presidente de Oliveira do Hospital

24 de Fevereiro 2023 Jornal Campeão: Subida das taxas na gestão dos resíduos preocupam presidente de Oliveira do Hospital

O aumento das taxas e tarifas no âmbito da gestão de resíduos sólidos urbanos (RSU) e o consequente impacto que representa no Orçamento Municipal preocupam o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo.
Em reunião do executivo, o autarca apresentou os valores da quotização e do tarifário a aplicar pela Associação de Municípios da região do Planalto Beirão (AMRPB) em 2023, cujos aumentos considerou que “representam um caminho que pesa demasiado sobre os orçamentos
municipais e que vai levar à insustentabilidade”.
No seguimento da deliberação em sede da Assembleia Intermunicipal daquela Associação, em Dezembro 2022, para além do aumento da quotização do Município de Oliveira do Hospital, o
tarifário a aplicar no Serviço de Recolha de Resíduos é de 57,29 euros por tonelada quanto à Tarifa de recolha de resíduos sólidos urbano; e de 2,20 euros por tonelada nos designados “Custos Sociais de Acolhimento”. No que toca ao Serviço de Tratamento de Resíduos, a Tarifa de exploração do sistema é de 46,85 euros por tonelada, e a TGR (Taxa de Gestão de Resíduos) sobe para 25,00 euros por tonelada.
Para o presidente da autarquia de Oliveira do Hospital esta “situação é brutalmente desafiante e extremamente complexa” e recorda que “os municípios não conseguem suportar os custos com o crescimento das tarifas, taxas e o aumento de 302% na quotização dos município” definido para 2023. “Este aumento de custos é uma brutalidade com elevada pressão sobre o orçamento municipal”, sublinha José Francisco Rolo que faz as contas aos aumentos verificados nos últimos três anos.

“O custo de resíduos sólidos urbanos no ano de 2020, a factura anual importou em 724.600 euros; em 2021 em 790.000 euros, ou seja, teve um acréscimo de 9% e no final de 2022 em 881.592 euros, o que resultou num crescimento de 9% face ao ano de 2021, sendo expectável que em 2023, a factura anual vai para além dos 1,1 milhão de euros em termos de recolha, deposição e tratamento de resíduos sólidos urbanos”.
Apreensivo, o presidente da Câmara Municipal sublinha, “isto quer dizer que, entre o ano de 2021 e o ano de 2023, haverá um acréscimo de 365.400 euros, o que corresponde a 51% do aumento da factura de recolha, deposição e tratamento de resíduos sólidos urbanos”. Números reais que “pesam e que absorvem recursos do Município de Oliveira do Hospital”, diz José Francisco Rolo que admite: “a continuarmos com este nível de crescimento de despesa em termos de recolha, deposição e tratamento de resíduos sólidos urbanos, o que vai acabar por acontecer é a insustentabilidade até à ruptura do sistema, porque os municípios não têm capacidade para fazer face à factura e ao tarifário imposto pela prestação do referido serviço”.
A estas preocupações com o crescimento da despesa e o impacto da mesma no orçamento municipal, o presidente do Município de Oliveira do Hospital sublinha que é, cada vez mais, importante o envolvimento activo dos munícipes, sejam utilizadores domésticos ou proprietários e
gestores de lojas comercias, em matéria de separação de resíduos, contribuindo para uma utilização adequada dos sistemas de recolha de resíduos sólidos urbanos e de recolha selectiva.
Diminuir a quantidade de lixo produzido, fazer uma correcta gestão dos resíduos, depositando-os nos locais próprios – contentores para indiferenciados, ecopontos para cartão, metal, vidro e óleo alimentar, e compostores para resíduos orgânicos – contribui para a valorização dos RSU, para a redução do volume de resíduos encaminhados para aterro e consequentemente a redução da factura dos custos associados à recolha e tratamento de resíduos.